Por Livia Jacob
Hoje em dia é raro alguém que não tenha acesso a algum tipo de game, seja no computador, celular, tablet ou videogame. Por isso, carreiras relacionadas à criação de jogos e aplicativos estão em ascensão no país, ao mesmo tempo em que profissionais especializados estão em falta. Em Campinas, o número de cursos para designer de games cresce, e podem ser feitos desde a infância, a partir de sete anos.
A função de um designer de games é projetar um jogo. O processo é complexo: vai desde a criação da história, imaginar o layout, escrever roteiros, até o aspecto funcional do game. Ou seja, a preocupação vai além das questões estéticas que envolvem o projeto, mas também com todos os aspectos funcionais que envolvem o projeto. Ele dever fazer com que o game seja divertido, desafiador, interativo.
O jogo é pensado como um todo no começo, depois cada profissional é responsável por uma área, até todas as peças se juntarem novamente – fase em que o jogo ganha forma. Normalmente, todos participam do processo criativo, para estabelecer o corpo do projeto dentro de todos os paradigmas e avaliar as limitações de cada área.
Portanto, a produção de um jogo abrange diversas áreas, desde programação até marketing. Julio Transferetti cursa Ciências da Computação na Universidade de São Paulo (USP) e criou uma empresa desenvolvedora de games, a Torch Games. “Eu estava desenvolvendo o jogo RUN sozinho, e percebi que precisava de mais pessoas para trabalhar. Montei um protótipo do jogo, o organizei documentalmente e estruturei a criação. A partir daí, fui atrás de pessoas que gostariam de contribuir. Eu não tinha investimento, por isso, procurei por pessoas que acreditassem no sonho, fossem capacitadas e talentosas, o que é difícil de achar aqui no Brasil” conta Julio.

A Torch Games possui profissionais de diversas partes do mundo como na Grécia, Estados Unidos, França, Hungria e Índia. Isso se deve à escassez de profissionais especializados no país. Julio conta que é muito difícil achar no Brasil pessoas da parte tecnológica (programadores) capacitados para trabalhar com jogos e as novas tecnologias. Outro ponto é a falta de artistas e músicos focados em jogos.

Estudante do quarto semestre de Jogos Digitais da PUC-Campinas, Henrique Ferraz conta que apesar de ser uma área nova no Brasil, são poucas empresas nacionais que existem e a maioria são pequenas. “É possível perceber que o mercado independente de desenvolvimento de jogos está crescendo muito no país. As empresas brasileiras procuram alguém com diferencial. Para ser estagiário, e os pré-requisitos eram de alguém profissional. Já as grandes empresas estrangeiras no Brasil querem um nível mais alto ainda”.

Há varias áreas para se trabalhar na produção de um jogo. “Minha área é a programação. Eu sou o responsável pelas funcionalidades do jogo e gameplay, basicamente as regras, o que torna um jogo ‘jogável'”, explica Julio. A Torch Games possui pessoas designadas para diferentes áreas, como modelagem 3D, efeitos sonoros e artes conceituais. Assim, o trabalho de todos vira um conjunto. “Eu junto tudo isso e construo o jogo, partindo da perspectiva de software e implementando funcionalidades” resume.
Henrique também atua com a programação, mas a área de game design o atrai. Na faculdade, ele já criou o protótipo de um jogo de plataforma 2D, estilo Mario, no qual você ataca e desvia de obstáculos. O jogo ainda não tem nome, e está em desenvolvimento.


Uma vez que o público dos games não para de crescer, a tendência do mercado de trabalho para essa área é se manter aquecido nos próximos anos. Segundo Delmar Galisi, coordenador do curso de design de games da Anhembi Morumbi, “o mercado precisa de pessoas especializadas desde a área de criação até a musical. O desenvolvimento do jogo pode ser feito por profissionais da informática, já a parte de ideias, criação de roteiros e o lado criativo da história é o que mais está em falta”, explica.
A PUC-Campinas oferece o curso tecnólogo de Jogos Digitais, com duração de cinco semestres, no período noturno. A graduação trabalha mais com a área de programação, e abrange uma área de atuação em animação, modelagem tridimensional, arte digital, criação e desenvolvimento de mídias interativas, projetos de produção multimídia, e desenvolvimento de arte para filmes de desenho animado. Saiba mais sobre o curso aqui.
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP também possui Jogos Digitais em sua grade de ensino. O único curso de bacharelado de Design de Games é oferecido pela Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.
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Editado por Gabriel Furlan