Wrestling profissional ressurge no cenário esportivo brasileiro

Por Cassius Torres

“Rápido e rasteiro. Esse é o nosso herói da luta livre”, costumava dizer o narrador do programa Gigantes do Ringue, na década de 1980 quando se referia ao lutador Michel Serdan.  O brasileiro viveu numa época em que o wrestling brasileiro, mais conhecido por aqui como telecatch era tão popular que lotava ginásios e parava as cidades onde realizava seus show. Entretanto, essa fama não durou muito, e a partir da década de 90, o esporte foi perdendo sua força até quase cair no esquecimento. O wrestling profissional consiste em uma luta com golpes encenados, porém aplicados com força. Os impactos muitas vezes geram lesões que obrigam os lutadores a realizarem cirurgias.

Um dos grandes heróis brasileiros do telecacth foi Michel Serdan. Hoje com 72 anos, Serdan protagonizou batalhas intensas contra seus adversários. Aquiles, o Matador era um dos mais conhecidos. Serdan chegou a ser derrotado por Aquiles, mas possui em sua trajetória três campeonatos brasileiros da modalidade.

Michel em sua academia, a Gigantes do Ringue. (Foto: Cassius Torres)
Michel Serdan na academia GDR. (Foto: Cassius Torres)

Nos Estados Unidos, o wrestling profissional sempre teve uma forte audiência. Na década e 90, três programas eram concorrentes na TV. A NWA (New Wrestling Alliance), a WCW (World Championship Wrestling), e a WWE (World Wrestling Entertainment).

No ano de 2008, o SBT resolveu apostar na WWE. Michel Serdan foi chamado para ser um dos comentaristas da atração. Entretanto, a transmissão não durou mais do que quatro meses, sendo cortada da grade da emissora devido a falta de audiência. Em 2012 foi a vez do canal Esporte Interativo resgatar o evento e transmitir novamente o esporte. O sucesso foi tanto que na metade de 2014 o canal por assinatura Fox Sports assinou contrato para passar os programas na íntegra, inclusive com uma edição ao vivo todas as segundas feiras.

O ressurgimento do wrestling profissional brasileiro fez com que a BWF (Brazilian Wrestling Federation) resolvesse investir em novos talentos para reconquistar seu antigo público. Dênix Fínamo, lutador paulistano de 25 anos é uma das apostas da nova geração.  Para Roberto Junior, presidente da BWF, Fínamo tem tudo para alavancar uma carreira internacional. “Ele é um atleta versátil e ágil. Descobrimos o talento dele numa aula experimental que fizemos ano retrasado na academia”, diz o presidente.

Há também Icônico, o mascarado. Icônico é um atleta do estilo high flyer, lutador conhecido por acrobacias aéreas de qualidade. A máscara é um símbolo de tradição na luta livre mexicana. Um lutador mascarado jamais deve revelar sua identidade ao público.

Embora a BWF seja a maior federação de wrestling no Brasil, o responsável por levar atletas brasileiros ao NXT, território de desenvolvimento da WWE é o veterano Michel Serdan. Michel, que é presidente da Gigantes do Ringue, firmou um acordo com a empresa americana para levar atletas a sua escolha para passar dois meses com todas as despesas pagas no centro de treinamento da WWE, nos Estados Unidos. As únicas limitações para fazer esse intercâmbio são peso e altura. Os atletas escolhidos devem ter em torno de 1,90m e aproximadamente 100kg para estarem aptos.

Editado por Beatriz Bressam

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