
Por Renata Rosica
Sindicatos de todo o país aderiram ao chamado da CUT – Central Única dos Trabalhadores para o Dia Nacional de Paralisação que acontece nesta sexta-feira (29). O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, um dos maiores da cidade com cerca de 80 mil trabalhadores em sua base, apesar de não ser ligado a nenhuma Central Sindical também prepara paralisações nas indústrias da região.
“O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas participa desse dia por que a retirada de direitos é nossa maior bandeira. Somos o único sindicato de metalúrgicos que não negociou, e nem nunca negociará, qualquer direito do trabalhador. Nossas convenções coletivas, por exemplo, contém uma cláusula, a B-91, que impede que uma empresa demita um trabalhador com doença do trabalho comprovada. Essa cláusula, todas essas centrais que estão ai já negociaram. Estamos na luta ao lado dos trabalhadores e pra nós não é nenhuma surpresa o ataque desse Congresso cheio de empresários e nem do governo, que teve a cara de pau de nos primeiros dias do ano lançar seu pacote de maldade com a edição das MPs”, desabafa Sidalino Orsi Jr., presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas.
Ainda segundo Sidalino, as atividades de amanhã não serão anunciadas para preservar a surpresa do ato na porta das fábricas. Toda vez que se antecipa uma paralisação a empresa usa a segurança pública para proteger um bem que é privado. Para ele, uma das grandes contradições da Polícia Militar. “Eles têm na cabeça aquilo que a imprensa faz a décadas ao criminalizar sindicatos e movimentos sociais, que somos arruaceiros e que vamos, sei lá, invadir a fábrica. Na verdade queremos é informar o trabalhador de seus direitos. E a greve é um direito constitucional.”
Contra as MPs e a Terceirização

Centrais Sindicais, sindicatos independentes e movimentos sociais de todo o Brasil, das cidades e do campo, prometem cruzar os braços neste 29 de maio contra a retirada de direitos e contra a terceirização.
Com a aprovação da PL 4330/2004, que libera a terceirização em todos os setores e de qualquer empresa na Câmara dos Deputados, e a aprovação no Senado das Medidas Provisórias do Governo Federal que restringem o acesso ao seguro-desemprego, seguro-defeso, abono salarial e pensão por mortes, sindicatos de todo o país chamam a construção de uma greve geral.
A PL da terceirização seguiu para o Senado sem previsão de votação. O presidente da CUT, Valter Freitas se encontrou com Renan Calheiros, presidente do Senado, semana passada para conversarem sobre a terceirização. Depois da reunião Renan afirmou que a casa não quer a precarização dos empregos no país nem pressa nessa discussão.
Documento da CUT produzido em conjunto com outras centrais, sindicatos e movimentos sociais
Editado por Rafaela Barbosa