Câncer: a importância do tratamento psicológico e social

Por Sérgio Moreira Jr

O câncer é dado por um crescimento desordenado de células anormais que invadem os tecidos e os órgãos. É uma doença que debilita muito o corpo do paciente e fragiliza o lado emocional, portanto, é muito importante que o tratamento dos pacientes com câncer deva abranger também o lado psicológico e social. O primeiro passo para o tratamento é a desmistificação da doença:

“…criou-se um estigma com o nome “câncer”, há 20 anos era realmente uma doença praticamente incurável, mas os tempos passaram. Na minha sala a primeira fala dos pacientes é “o que eu fiz para merecer isso?”. Temos que nos conscientizar que a prevenção é o melhor processo de cura. Quando o câncer é descoberto rápido, logo nos primeiros meses, o tratamento, tanto psicológico quanto químico, é mais rápido e eficaz”, explica Luci Ribeiro, Psicóloga da ALICC (Associação Limeirense de Combate ao Câncer).

A psicologia como suporte na recuperação de pacientes com câncer contribui atendendo às necessidades não só dos próprios pacientes, mas também dos familiares e cuidadores, acolhendo ou informando. O apoio psicológico e social visa instigar e estimular o papel da mente e das emoções no desenvolvimento de maior compreensão da doença, diferentes formas de se conduzi-la e consequentemente melhor preparação para o enfrentamento e melhor qualidade de vida.

“A mente comanda a corpo, o efeito inverso é perigoso. Não podemos permitir que o corpo destrua a mente. Nosso trabalho é não deixar a doença interferir tão brutalmente no emocional. Do diagnostico ao tratamento, pacientes, familiares e cuidadores vivem momentos de angustia, ansiedade e tristeza, necessitando de intervenção psicológica, seja essa individual ou em grupo”, pontua Luci.

Tratamento individuais e em grupo

Individualmente, a psicologia atua esclarecendo o tratamento, a doença, os possíveis efeitos colaterais e as alternativas de enfrentamento. Além disso, estimula exercícios para maior compreensão, aceitação e elevação da auto-estima. Tudo isso para minimizar os níveis de estresse e depressão.

Coral formado por familiares e pacientes do câncer - ALICC (foto: sérgio moreira)
Coral formado por familiares e afetados pelo câncer – ALICC (Créditos: Sérgio Moreira)

Em paralelo aos tratamentos individuais, os tratamentos em grupos são muito importantes pois tem como proposta estimular a característica do pertencer, a troca de sentimentos e vivências, ampliar a possibilidade de pacientes ensinarem e aprenderem ao mesmo tempo, além de ensinar maneiras de enfrentar a doença e se reintegrarem na sociedade de forma saudável.

Na ALICC, em Limeira, a psicóloga Luci Ribeiro criou um coral com pacientes e familiares que de alguma forma sofrem com a doença: “Não achei que fosse dar tão certo, o projeto era para durar dois meses, foi montado para uma apresentação, mas estamos caminhando para o sexto mês. Ainda é recente, mas a felicidade que ele provoca nos participantes mostra que vamos mais longe”, e ainda completa, “o coral é só uma das formas de tratamento. Nosso papel é fazer-los sentir vivos e manter a chama da esperança acesa”

Editado por: Isabela Ariolli

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