Bike fit ajuda no desempenho e conforto do cicloturista

Por Rafael Dall’Anese

A bicicleta é uma das formas mais baratas de viajar e, ao mesmo tempo, requer cuidados e uma preparação específica. Decidir as rotas, bagagem e o tipo de bicicleta a ser utilizado influenciam no conforto e no rendimento do ciclista. Encontrar a bicicleta ideal, ou escolher o que será levado é uma tarefa pessoal, que varia de acordo com as preferências e necessidades de cada um. Para ajudar nessa escolha existe o Bike Fit.

O bike fit é uma técnica que utiliza a ciência da biomecânica para ajustar a bicicleta ao corpo, que busca o máximo alinhamento entre o aparelho e o usuário. Ela é tão importante para atletas de alto rendimento quanto para pessoas que utilizam a bicicleta para parasseio, trabalho e viagens. O ajuste é realizado com as medidas do corpo do ciclista, fazendo alguns testes.

“Esse tipo de ajuste faz diferença quando se pedala longas distancias por vários dias seguidos”, relata o cicloturista Claudio Kerber. Pela internet é possível encontrar sites que ajudam a realizar um cálculo caseiro, como os sites no grau, sportix e onde pedalar, mas é recomendável procurar um atendimento profissional, como o bike runners ou o bike fit Brasil.

O modelo da bicicleta a ser utilizado pode variar de acordo com o terreno e as distâncias percorridas. Normalmente a Mountain Bike é a mais recomendável, por ser prática para qualquer tipo de terreno, além de proporcionar um conforto maior que outros modelos.

O material da bicicleta pode variar: as de fibra de carbono são mais leves que as de alumínio, porém, são mais caras. O custo benefício deve ser sempre analisado, como revela o ciclo-missionário Marcelo Nogueira, “para nós que viajamos com bastante peso, não vale a pena pagar muito mais caro para ter uma bike um pouco mais leve”.

Outro ponto que pode influenciar o conforto do ciclista é o tamanho do aro utilizado. Atualmente um aro que vem ganhando espaço é o 29, que possui maior tração e estabilidade, além de ser mais veloz que o aro 26.

Credito: Rafael Dall’Anese

O que levar na bagagem?

Como o tipo de bicicleta, a bagagem deve ser selecionada de acordo com as necessidades. Itens primordiais para a segurança são capacete, luvas, lanternas dianteira e traseira, e também alimentos e água para hidratação. Além disso, o ciclista deve estar preparado para imprevistos, levando câmaras de ar reserva, remendos de pneu, bomba de ar e canivete de ferramentas para consertos em geral.

Rafael Moralez já fez viagens pelo Brasil, América do Sul e Europa e relata que o viajante deve estar preparado para isso. “Uma hora isso vai acontecer, então você tem que saber fazer alguns reparos, como trocar o pneu”, diz. Ele conta que costuma levar poucas coisas, para não ter muito peso – barraca, saco de dormir, e algumas mudas de roupas para o frio são o ideal.

Experiências

O cicloturismo proporciona ao viajante facilidades e dificuldades próprias, tornando a experiência única. “A bicicleta é lenta o suficiente para você ver o mundo, parar, falar com quem quiser, diferente do carro que é um devorador de quilômetros. Ao mesmo tempo é rápida o suficiente para você conseguir atravessar longas distancias em poucos dias, ou seja, rende muito mais do que viajar a pé”, explica Kerber.

Ele conta que desde que começou já fez entre 20 e 30 viagens. Grande parte delas pelo sudeste do Brasil e a maior viagem foi por um caminho de mais ou menos 600km, entre Paris-Amsterdam. Ele e a namorada estavam no meio de uma viagem pela Europa quando resolveram fazer o trajeto – compraram bicicletas e equipamentos e foram. No final, ainda conseguiram levá-las para a Alemanha, onde doaram-nas aos refugiados.

Já Rafael Moralez revela que gosta de viajar sozinho. Para ele, o sentido da viagem de bicicleta é aproveitar o caminho e as interações que acontecem durante o trajeto. Dessa forma atravessou os Andes, de Mendoza na Argentina a Santiago no Chile, e os Alpes, de Lyon na França a Torino na Itália.

Atualmente está terminando o doutorado em planejamento e gestão do território e, depois de defender a tese, pretende fazer uma viagem maior, sem data definida para voltar. Ela será dividida em 3 etapas: saindo de São Paulo, tentará chegar ao Pacifico e de lá para o México e então, a terceira etapa seria uma viagem pela Europa.

Caso o ciclista prefira viajar com mais gente, existem grupos com passeios regulares, como os Pangas Bikers. O líder André Godoy conta que o grupo foi criado a cerca de 3 anos por amigos que queria pedalar juntos. O grupo se reúne regularmente aos finais de semana e algumas vezes durante a semana e não tem um número de integrantes fixos, podendo variar de 40 a 50 integrantes em passeios normais ou chegar a 350, em caso de viagens especificas.

Aplicativos: os melhores amigos 

Os aplicativos mais comuns para auxílio de ciclistas são mapas e GPS, que ajudam na localização, controle de rota, tempo e caloria gasta. Wikiloc, Google mMps, Maps.me são alguns exemplos.

Outra preocupação constante do ciclista é o clima, para isso aplicativos como Weather pro, NOAA radar PRO, the weather channel são a solução. São úteis também para avaliar se vale a pena ou não acampar no local. Em caso de acampamento, é recomendável o download de um aplicativo de lanterna. Caso o tempo não permita, é possível se hospedar na casa de anfitriões locais com os aplicativos Airbnb, em que se aluga um espaço na casa de uma pessoa, ou o couch sufing, em que os usuários cedem o sofá de suas casas para os viajantes.

Para problemas com a bicicleta, aplicativos como o bike repair e o bike doctor ajudam a solucionar problemas mecânicos.

Editado por Letícia Baptista

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