Por Joel H. Silva
Em Campinas, os casos de sífilis congênita, transmitida da mãe grávida com sífilis ao bebê, dobrou nos últimos cinco anos. Em 2010, foram 37 diagnósticos e em 2015 esse número aumentou para 86 casos. Os números são do DEVISA (Departamento de Vigilância em Saúde).
Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de pessoas infectadas pela sífilis, vem crescendo nos últimos anos em todo o Brasil. Apenas entre 2014 e 2015, o índice de casos cresceu 32,7%. Só no ano passado, foram registradas 65.878 ocorrências em todo país.
As gestantes constituem um dos grupos de maior risco. Os casos de sífilis congênita foram os que mais cresceram. A taxa de bebês com sífilis congênita em 2015 foi de 6,5 casos a cada mil nascidos vivos – 13 vezes mais do que é tolerado pela Organização Mundial de Saúde.
A médica infectologista Valéria Almeida, explica que a bactéria da sífilis é capaz de atravessar a barreira placentária e infeccionar o feto durante a gestação ou na hora do parto. As consequências podem ser graves para o bebê e ocasionar problemas físicos, mentais e até a morte.
De acordo com Valéria, esse aumento em casos de sífilis congênita se dá pela falta do uso do preservativo em relações sexuais e também pela banalização do tratamento, que é realizado com penicilina benzatina, a conhecida benzetacil.
Curiosidades
A sífilis é uma doença muito antiga e ficou conhecida no século 14, na Europa. O termo sífilis originou-se de um poema, com 1.300 versos, escrito em 1530 pelo médico e poeta Girolamo Fracastoro em seu livro intitulado Syphilis Sive Morbus Gallicus (“A sífilis ou mal gálico”). Ele narra a história de Syphilus, um pastor que amaldiçoou o deus Apolo e foi punido com o que seria a doença sífilis.
Durante a Idade Média, a doença era considerada muito perigosa e fez milhares de vítimas. O impacto foi tamanho que a infecção foi considerada pela Igreja como um castigo dos céus. Ao longo da história a sífilis foi a causa da morte de muitas personalidades, como o poeta Charles Baudelaire (1821-1867), o escritor Oscar Wilde (1854-1900) e o gângster Al Capone (1899 – 1947).
Editado por Mathias Sallit