Por Felipe Soria
A 10ª edição da Mostra Curta Audiovisual de Campinas conta com diversas atividades e programações culturais para a interação de deficientes visuais e aqueles que não possuem qualquer deficiência. A Mostra ocorre entre os dias 15 e 24 de setembro.

Em especial, a Sessão Coliseu, chamou a atenção por se tratar de um evento na qual junta cinema e acessibilidade. Exatamente, cinema para portadores de deficiência visual e audição. A atividade ocorreu na Casa do Lago, na Unicamp, às 16 horas e contou com uma áudio descritora e uma intérprete de libra para justamente fazer a ponte entre os portadores de deficiência e os curtas.
Para André Lopes, 29, produtor da Mostra Curta Audiovisual, o tema é muito importante para que haja um acesso à cultura para qualquer pessoa, independentemente se ela tem ou não deficiência. Ainda de acordo com André, o acesso à cultura é um dos problemas que as pessoas com deficiência encontram. Os locais dos eventos foram todos pensados também para facilitar a acessibilidade.

A áudio descrição é um recurso usado para pessoas portadoras de deficiência visual poder ir à além de apenas ouvir um filme. O recurso conta com um narrador descrevendo tudo que vai acontecendo na tela, passando elementos que o som não é capaz de se fazer entender. Por exemplo, a descrição de um local, de um semblante ou até mesmo de uma expressão de tristeza ou alegria, muitas vezes importantes para a compreensão de um enredo.
Na sessão dos curtas, a áudio descritora foi a professora de cinema, Bel Machado, 54, da Secretária da Pessoa com Deficiência que apoia a Mostra Curta Audiovisual há pelo menos 3 anos. Para ela, a mostra é fundamental para divulgar os trabalhos dos diretores animadores da cidade e da região, além de proporcionar um acesso à cultura para todos.
O deficiente visual Luiz Antônio Rodrigues, 53, fisioterapeuta e coordenador da Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Campinas, contou que com a ajuda do áudio descrição e da riqueza de detalhes narradas, a entrega e a experiência do filme, se tornam completas.
Editado por Pedro Alves e Rafael Dall’Anese