
Por Juliana Cavalcante e Ana Guimarães
Fazer intercâmbio é o sonho de grande parte dos estudantes universitários, mas se engana quem pensa que a realidade condiz com as expectativas de facilidade e liberdade. De acordo com a palestra ministrada na Pontifícia Universidade Católica de Campinas pela professora e doutora Cristina Rocha da Universidade de Western Sydney, Austrália, apesar do número de imigrantes ter aumentado, os desafios ainda englobam muitos fatores, dentre eles a hierarquia existente nos países de primeiro mundo, a interseccionalidade, a mão de obra barata e a falta de receptividade.
É necessário ter um sobrenome, ser alguém com uma identidade reconhecida para ser bem visto. Os grupos elegem pessoas de classe média alta, as que são consideradas aceitas pela sociedade, ‘de onde você vem, faz toda a diferença’ diz a professora que ressalta que o aluno que tem bagagem, conhecimento, fluência em outros idiomas e experiência profissional com certeza será bem recepcionado pelos demais indivíduos.

Aos outros que não adentram a esses quesitos resta a mão de obra barata, a exploração pela sobrevivência e inclusão no meio social, o preconceito étnico e a ilusão de que em um pais de primeiro mundo nada ruim acontece. Apesar da maiores chances que os estudantes possuem em relação aos imigrantes, furar as barreiras da etnicidade e se integrar na sociedade não é tarefa fácil, uma vez que a dificuldade não é apenas para o imigrante mas, também, para o residente local que já está inserido em um grupo de convívio próprio.
Ainda assim é válida a experiência, o conhecimento e a vivência com o outro, pois cada um carrega consigo uma cultura e um valor que deve ser dividido. Existe uma abertura muito grande para quem busca aprimorar e ampliar sua trajetória, uma dica são as feiras de intercâmbio, ciência sem fronteiras e programas universitários para bolsas de intercâmbio, entre outros.
Editado por Pedro Alves