Por Aline Domingos
A interação é uma condição indispensável para o desenvolvimento social e para a construção humana. É a partir dela que as pessoas desenvolvem a comunicação, estabelecendo contatos e criando redes de relacionamentos.
Um dos maiores exemplos desse fator que transforma o ser humano socialmente, foi encontrado na 24° Bienal Internacional do Livro, responsável por disseminar a cultura em cada passo dado dentro da arena do Anhembi, em São Paulo.
A feira realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), chegou à sua 24° edição, com atrações multiculturais que enfatizam e celebram a literatura. Além de reunir as principais editoras, livrarias e distribuidoras, traz ao público exclusividades, mesclando literatura, gastronomia, cultura, negócios, além de muita diversão com a presença de autores nacionais e internacionais, lançamentos, autógrafos, debates entre outros atrativos literários. A Bienal do livro traz consigo um significado muito relevante para a cultura: a interatividade social. Em cada canto dos 60 mil metros quadrados, é possível encontrar pontos de interações, o que aproxima as pessoas do próprio evento, fazendo- as se sentirem parte do mesmo.


Aqui deixavam recados para seus autores preferidos
A interação pode acontecer em qualquer lugar. Nas escolas, dentro de casa, em eventos, nas praças, nos cenários onde se englobam as práticas mediadoras do processo educacional e que contribuem para a educação. Ela é responsável por interligar as pessoas de diferentes culturas e etnias, fazendo com que participem e interajam em diversos eventos e programas sociais.
Em um dos mais de 250 stands, um de grande destaque pela diversidade cultural, foi o dos Cães Guias . Aqui no Brasil é pouco exercida essa atividade, ao contrário dos Estados Unidos que usufruem desse grande auxílio para deficientes visuais. Por conta dessa falta de conhecimento, a brasileira Carla Chierosa Antunes, cega há 5 anos por conta de uma doença chamada glaucoma, é guiada por Buster, há 2. O cão foi treinado por um presidiário das penitenciarias estadunidenses. Carla se comunica em inglês com seu labrador, e o brilho nos olhos apagados pela deficiência se acende quando o assunto é o seu cão guia
“Além de muito companheirismo, ele me ajuda a atravessar a rua, ele me dá liberdade de ir e vir, ele me proporciona segurança, velocidade para andar nas ruas de são Paulo, me desvia de objetos, sempre só eu e ele pelas ruas. Ele significa tudo pra mim, ele me trouxe luz onde era escuridão, é mais do que simplesmente um cão guia.” relata Carla.

Nesse stand, o objetivo era ajudar financeiramente a instituição de Cães Guias, e ajudar a espalhar e disseminar essa “cultura” que para nós pode não ser compreendida , mas para um deficiente visual pode ser o motivo para se levantar da cama e enfrentar o dia a dia.
Essa é apenas uma das milhares de culturas “apagadas” existentes em nossa sociedade e graças a interação social, elas podem vir a tona, trazendo além de conhecimento, ampliação do assunto, o que pode ajudar no crescimento da humanidade.
A bienal do livro é bastante conhecida culturalmente como a maior feira de livros internacional e nacional. Porém, “Não é somente livros que fazem de uma pessoa culta, mas sim, a forma com que ela se adapta e respeita aquilo que é diferente ao costume dos olhos.”
-Aline Domingos
Fotos: Aline Domingos
Top! Parabéns ♥