Por Rafael Dall’Anese
Faltando apenas duas semanas para o início dos jogos paralímpicos, a preparação da delegação brasileira está chegando ao fim. Desde o último domingo (21/08), os atletas já estão se ambientando para o clima dos jogos e se concentrando no centro de treinamento paralímpico em São Paulo. Do total de 22 modalidades paralímpicas, o centro comporta 15 treinando ao mesmo tempo. Os atletas ficam no centro de treinamento até o dia 04 de setembro, quando embarcam para a Vila Olímpica, no Rio de Janeiro.
Para o coordenador técnico de atletismo, Ciro Winckler, esse momento da preparação é importante para fazer ajustes.“Estamos na fase final do processo de preparação, ajudando os atletas na fase do polimento das performances individuais”.

Outro membro da comissão técnica de atletismo, Diego Gamero, completa que “nesse momento da preparação o mais importante é manter as capacidades adquiridas e evitar possíveis lesões”. Para isso, ele conta que os treinos devem ser mantidos, mas de forma controlada com auxílio da equipe multidisciplinar (treinadores, fisioterapeutas, fisiologistas, massoterapeutas, nutricionistas, psicólogos e médicos).
Cada modalidade teve um treinamento especializado. Os competidores de atletismo de provas longas, por exemplo, foram se preparar em Paipa, na Colombia, em uma altitude de mais de 2500 metro. “Ao fazer a preparação na altitude, a tendência é que os atletas tenham um desempenho melhor quando competirem em altitudes menores como no Rio, que é no litoral”. Explica Diego Gamero.

Expectativas
As expectativas para a paralímpiada em casa é grande: ficar entre os cinco primeiros do quadro de medalhas. Para chegar a esse objetivo, dentre todas as modalidades, as que mais criam expectativa de medalhas são a natação, o atletismo e o futebol de 5. As duas primeiras são as modalidades que mais recebem investimento, pois são as que mais distribuem medalhas. Já a equipe brasileira de futebol de 5 é tradicional. Desde que foi introduzido nos jogos paraolímpicos o resultado foi sempre o mesmo: Brasil no degrau mais alto do pódio.
Em outras modalidades não tão tradicionais, como é o caso do rúgbi de cadeira de rodas, a expectativa é elevar o nível competitivo. O auxiliar da comissão técnica do Rugbi Luiz Gustavo Pena, conta que atualmente estão em 19º lugar do ranking geral e a expectativa é subir para a sétima colocação.

Planejamento do comitê paralímpico brasileiro para a Rio 2016
Desde 2009, com a oficialização do Brasil como sede dos jogos 2016, um planejamento de resultados em competições internacionais começou a ser executado. A expectativa era ficar em primeiro lugar nos jogos Parapan-americanos de Guadalajara (2011) e Toronto (2015), além de chegar na sétima colocação nos jogos Paralimpicos de Londres (2012) e quinto colocado nos jogos do Rio. Até agora, todas as etapas foram atingidas, falta a última etapa, com início no dia 7 de setembro.
Inclusão
O Goalball é o único esporte paralímpico que não foi adaptado de modalidades esportivas já existentes. Ele foi criado em 1946 especificamente para pessoas portadoras de deficiência visual com a intenção de reabilitar e socializar veteranos da segunda guerra mundial.
É praticado por equipes de três atletas em uma quadra com as mesmas dimensões de uma quadra de vôlei. As traves se estendem por toda a extensão do fundo da quadra. O objetivo é marcar gol. As linhas de marcação são conhecidas como linhas táteis, e consistem em um barbante colado com fita adesiva, para que o atleta consiga senti-las.
Caso uma pessoa sem deficiência visual queira praticar o esporte, ela deve se adequar a ele, vendar os olhos, e praticar da mesma maneira que um deficiente visual faria. Vale ressaltar, porém, que em competições oficiais apenas pessoas com deficiências visuais podem competir.
Editado por Aline Domingos