Por Harold Ruiz
Maria Isabel Guerra, atualmente professora da Faculdade de Educação Física na PUC-Campinas, participou, hoje pela manhã, de um debate no auditório Dom Gilberto, cujo tema era Imprensa e esporte. Durante a conferência, contou sua história de vida e como, em uma época na qual os homens tinham maior importância para os meios de informação, conseguiu classificar-se para as Olimpíadas celebradas em Munique, no ano 1971, ocupando o quarto lugar em provas de natação.

Maria Isabel fala da importância que tem atualmente o futebol, e como a maioria das informações que as pessoas veem nos sites tratam sobre esse esporte. Os veículos de comunicação esquecem as demais modalidades e devido a fins comerciais, priorizam apenas o esporte da bola nos pés. A falta de informação e pesquisa sobre os esportes olímpicos não permite que os esportistas amadores possam ter espaço em grandes plataformas. As grandes empresas não apoiam outros esportistas, e é por isso que as Olimpíadas têm atletas que muitas vezes financiam sua própria carreira.
A atleta narrou a história de sua vida e como teve que lidar com necessidades diferentes para ir às Olimpíadas. Uma das grandes adversidades pela qual passou, foi a falta de oportunidades que o Comitê Olímpico Brasileiro oferece com atletas olímpicos que não estão no Rio de Janeiro. O comitê é seletivo com os atletas que não são do Rio de Janeiro. No início, foi dito à Isabel que ela não poderia participar dos jogos, por ser paulista e mulher, porém, ao fim, ela conseguiu terminar como recordista que ocupou o quarto lugar nos jogos de Munique.

Atletas não têm apoio, mas quando apresentam bons resultados em várias competições, são sempre pauta, de forma positiva. Isso acontece em vários países sul-americanos, nos quais os governos, empresas e canais de televisão não ajudam atletas, e sempre ecoam uma vitória que não apoiaram.
A ex-nadadora fala sobre a importância da pesquisa em jornalismo, e sobre como é importante comparar informações de diferentes fontes e, acima de tudo, fazer uma boa reportagem. Ir às ruas, encontrar atletas em treinamento, e não apenas fazer do modo como os jornalistas atualmente trabalham, apenas à procura de informações na internet, ou pautando somente atletas famosos, esquecendo todos aqueles que diariamente se esforçam para representar o seu país da melhor maneira.
Editado por Mariana Fernandes.