Por Beatriz Balthazar e Edér de Oliveira
Para muitos pode ser uma surpresa, mas a literatura, independentemente do gênero, têm influenciado as pessoas a lerem mais e acima de tudo, trazerem para o seu dia a dia aquele universo que tanto amam, seja por meio de bonecos colecionáveis, nos eventos ou na internet.
Prova disso são os números de um estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) de 2015, onde mostrou que foram produzidos 57,3 milhões de exemplares de literatura infanto-juvenil e 48,4 milhões de exemplares de literatura adulta.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura, realizada em 2012, o índice de leitura por prazer subiu em 2011: é de 75% contra 70% em 2007. A média de livros lidos em casa aumentou: de 25, em 2007, foi para 34, em 2011. Crescimento de 36%. Houve um outro crescimento ao comparar com 2007, um acréscimo de cerca de 5 milhões de leitores a mais em 2012. Para muitos a leitura proporciona uma influência mental, cultural e até mesmo comportamental.
Os fans dos livros
Jean Felipe Felsky, analista de sistemas de 30 anos, fala que esse gosto pelos livros surgiu “quando tinha 11 anos e li ‘Vampiro – A Máscara’ pela primeira vez, depois Senhor dos Anéis e a saga vampiresca de Anne Rice. Comecei a ler muito mais depois disso.”
Boa parte deste aumento nos números de livros infanto-juvenis vem de obras como ‘Jogos Vorazes’, ‘Crepúsculo’ e tantos outros, que arrebatam fãs pelo mundo todo.
Fabio M. Barreto, autor de sucessos nacionais no gênero fantástica como ‘Filhos do Fim do Mundo’, que hoje mora no Estados Unidos, falou ao Digitais sobre a diferença entre os fans nacionais e estrangeiro, “fã é praticamente a mesma coisa em todos os lugares. Ama sem restrições, acaba seguindo cegamente e compra brigas desnecessárias.”
Mas há também o outro lado da história, pois Barreto, comenta sobre o que ficou mais fácil e ao mesmo tempo, mais difícil o mercado hoje em comparação ao de alguns anos atrás, “Tentando olhar de um modo geral, avançamos muito em termos de público atingido, mas retrocedemos em variedade. Por conta do reflexo do fama online e o poder da celebridade, criamos vacas sagradas muito rápido e curiosamente, estes, “escritores referência”, acabam existindo apenas dentro de seus determinados nichos. A maioria dos sucessos nos últimos 5 anos limita-se a conversar com o mesmo público e ainda se mostra incapaz de extrapolar tais barreiras.”
Editada por Natália Villagelin & Harold Ruiz