ONG leva esperança a animais abandonados em aldeia indígena

Por Laura Baiè

“Aqui tem mais cachorro do que índio (risos)”, brinca Sônia Barbosa, 40 anos, uma das lideranças da Tekoa Pyau. A moradora da menor aldeia indígena do Brasil não se surpreende mais com a situação. Na região da Estrada Turística do Jaraguá, zona norte de São Paulo, o abandono de cães e gatos é frequente, já que o local é distante da cidade. Atualmente, existem mais de 580 cães e 240 gatos dividindo com os indígenas os 1,7 hectares de terra.

Os animais sobrevivem graças às doações conseguidas pela ONG Animais da Aldeia. Há 15 anos, Maria Aparecida Carvalho, idealizadora do projeto, iniciou o trabalho voluntário com os cães e gatos do local. Hoje, cerca de quinze pessoas se dedicam, todos os meses, no recolhimento e entrega de 3.000 quilos de ração aos moradores da aldeia, que ajudam a alimentar os bichos. “Cada vez que visitamos a Tekoa Pyau, nos deparamos com um novo animal abandonado!”, exclama Márcia Fanin, voluntária do projeto, enquanto caminha rapidamente pelo chão de terra batida procurando os cães escondidos debaixo dos barracões, moradia comum dos mais de 700 indígenas que lá habitam.

Alguns animais dormem embaixo dos barracões. (Foto: Laura Baiè)
Alguns animais dormem embaixo dos barracões. (Foto: Laura Baiè)

Além da ração para os cães e gatos, a Animais da Aldeia também presta assistência aos animais que chegam com sinais de maus-tratos e vítimas de atropelamento, já que muitos são abandonados no meio da estrada. “Temos alguns parceiros veterinários que nos ajudam na recuperação e castração dos bichinhos. O valor do tratamento é pago com a ajuda dos voluntários, alguns amigos doadores e eventos realizados pela ONG para arrecadar dinheiro. Mas, ultimamente, a crise nos afetou e o número de ajudas diminuiu muito”, pontua Fanin.

 

São 240 gatos abandonados na aldeia. (Foto: Laura Baiè)
São 240 gatos abandonados na aldeia. (Foto: Laura Baiè)

Depois do atendimento, alguns animais voltam a morar na aldeia, outros vão para a adoção. “A divulgação é feita através da nossa página do Facebook. Temos vários animaizinhos esperando por um lar. Nosso sonho é conseguir dar o merecido conforto e amor para todos os cães e gatos que já resgatamos”, finaliza a voluntária.

Editado por Mateus Souza

 

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