Por Arcilio Neto
Os turistas estrangeiros no Brasil estão gastando mais em 2016. É o que informa o último levantamento do Ministério do Turismo, divulgado no final de março. Só em fevereiro os estrangeiros gastaram quase 600 milhões de dólares (cerca de 2,4 bilhões de reais).
No mesmo mês do ano passado foram US$ 521 milhões, que representava 1,4 bilhão de reais, de acordo com a cotação da época. Portanto, a diferença chega a quase 1 bilhão de reais em único mês. Os turistas já haviam gastado mais em janeiro deste ano, comparado a 2015, como também informa a pesquisa.

Movimento nos hotéis
Quem confirma essa realidade, na prática, são hotéis de Campinas. Tanto os mais luxuosos quanto os mais simples. Em um deles, de duas estrelas, localizado no centro de Campinas, o movimento aumentou 10% neste ano, comparado a 2015. Segundo a gerente, Ymara Cannizza, a maioria desse público novo é de empresários que vem a trabalho. A maioria desses estrangeiros vem de países como: Estados Unidos, Índia, Suécia e Espanha.
“Eu atribuo esse aumento de estrangeiros à elevação do dólar. Com a diminuição muito grande da circulação de brasileiros, a diária ficou mais barata. Sem dúvidas, ajudou nessa vinda cada vez maior dos estrangeiros”, disse.
A situação é melhor ainda em um hotel quatro estrelas, que fica no bairro Cambuí, e tem uma diária de 320 reais. Segundo Miriam Souza, houve um aumento de 15% no número de estrangeiros, relacionando com o mesmo período de 2015. Grande parte desse público é constituído por empresários norte-americanos, que, a exemplo do hotel acima, vem a trabalho.
De New York para Campinas
Um exemplo de estrangeira no Brasil é a norte-americana Nathalie Rivas, 22, que chegou a Campinas em fevereiro. “Tudo começou no verão de 2014, quando eu trabalhava em um laboratório na Califórnia. Conheci um pesquisador que tinha uma colega no Brasil. Fui apresentada à ela e começamos a falar de um projeto sobre astrobiologia para desenvolvermos juntas. Foi isso que me motivou a vir para o Brasil,” disse a jovem que trabalha no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas.

A pesquisadora conta que sempre teve vontade de viajar para o Brasil. “Fui atraída pelo povo, pela cultura, música e pelo idioma”, diz.
No país, Nathalie gasta cerca de 2 mil reais por mês. “O que fica caro é a moradia. Moro em uma república e pago 1,2 mil reais. Mesmo assim, não acho tão caro morar em Campinas. Principalmente porque morava em Nova Iorque, que tem um custo de vida bem mais elevado”.
A norte-americana vai ficar no Brasil até o final do ano e ainda não sabe se vai continuar trabalhando por aqui.
Editado por Mateus Souza