Universidade do Espírito Santo desenvolve aplicativo que rastreia comentários de racismo nas redes sociais

Por: Jaqueline Ramo

A pedido do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, a Universidade Federal do Espírito Santo está desenvolvendo um aplicativo que monitora postagens de ódio, racismo e intolerância em redes sociais. Criado pelo Laboratório de Estudo em Imagem e Cibercultura, a criação da plataforma teve como motivo as ofensas racistas no perfil do Facebook da atriz Tais Araújo no dia 1° de novembro. O aplicativo será lançado até o final deste mês.

Taís Araújo foi uma das vítimas de racismo nas redes sociais Foto Notícias UOL/Reprodução

Mensagens violentas estão ganhando espaços nas redes sociais. Nos últimos três anos teve o aumento de 203% o número de páginas denunciadas à ONG Safernet. Segundo o jornal O Globo, ano passado foram 21.205 denúncias, da quais 11.004 estavam no Facebook, sendo esta a rede social com o maior aumento de números de perfil com mensagens violentas, alcançando 265% em três anos. Comentários racistas são a maioria das denúncias.

Em pesquisa do McAfee, os jovens acreditam que com redes sociais aumentou a agressão verbal. Sendo o Facebook responsável pela maior porcentagem: 92%. Segundo a Ong Safernet, que visa defender direitos humanos na internet, dos 2834 crianças e jovens entre 9 e 23 anos que responderam a pesquisa, em 2013 a maioria afirmou que agem na internet de um modo que normalmente não agiriam no cotidiano.

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Foto Jaqueline Rodrigues

Desde 2006, quando começou a registrar os crimes de racismo na web, a organização contabilizou uma alta de 236% nas ocorrências. Houve um salto de 25.6 mil denúncias para 86.570, em 2014. Na média desses oito anos, o crescimento ficou na casa de 10% ao ano. O racismo ultrapassou a pornografia infantil como principal causa de denúncias.Em nove anos, a Safernet Brasil recebeu e processou 469.942 denúncias envolvendo 68.940 páginas, das quais 14.785 foram removidas.

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Foto Jaqueline Rodrigues

Somente no Estado de São Paulo 36% das denúncias feitas por crime virtual 36% são Cyberbubullying .Tendo os comentários agressivos cada vez mais frequentes, a ONG Criolas lançou uma campanha na última semana, que visa trazer o comentários de racismo virtual para as ruas, tendo como slogan “Racismo virtual. As consequências são reais”. A campanha foi lançada em Americana (SP), Feira de Santana (BA), Recife (PE) e Vila Velha (ES). tendo como objetivo conscientizar sobre os danos que ofensas nas redes sociais podem causar.

foto divulgação
A campanha mostra o quanto ofensas virtuais podem ofender Foto Divulgação

Injuria Racial é crime, tendo como pena prevista de um a três anos, com direito a multa Injuriar seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência

foto crédito: site clicrbs
foto crédito: site clicrbs

O site da ONG Safernet é um dos meios de denúncia para comentários racistas. Além de oferecer orientação com psicólogos para as vítimas.

Editado por Izabela Reame

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