
Por Samuel Garbuio
O verão está chegando e ao entrarmos em um período de alta incidência da dengue, que vai de outubro a junho, surge o risco de um novo surto da doença para algumas cidades paulistas, já que em razão da crise muitos municípios reduziram o combate à dengue, com corte de equipes, redução de nebulização e exames de sangue.
Porém na contramão dessa tendência, Campinas está aumentando as ações de combate à dengue. De acordo com a Secretaria da Saúde, em agosto a Prefeitura de Campinas anunciou a contratação de 255 agentes, que vão reforçar o combate com visitas casa a casa.
Neste momento, além do contingente próprio, o município conta com um reforço de 62 homens da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) que atuam em campo nas ações de casa em casa fazendo nebulização, remoção de criadouros e ações de educação e informação sobre a doença.
A medida é necessária, já que a cidade ocupa a sexta posição entre os municípios paulistas com maior número de casos da doença no inverno. Foram 108 casos confirmados em Campinas para o período.
Além disso, um levantamento da Secretaria da Saúde aponta também a confirmação de mais quatro mortes de moradores da cidade. Os óbitos referem-se a casos registrados no período de pico da epidemia, entre fevereiro e maio. Com essas novas confirmações de mortes, o município acumulava neste ano até o dia 24 de setembro quinze óbitos por complicações da doença.

Em Campinas, o Distrito de Barão Geraldo tradicionalmente gera preocupações em razão da grande quantidades de casas que ficam desocupadas ou abandonadas com piscinas e vasos descobertos, além de mato alto nos quintais.
A moradora da região que reside próximo a Avenida Romeu Tórtima (Avenida I), Leda Lucia Oliveira Rodrigues, de 64 anos, teve dengue no início deste ano. “Contraí a doença não por situação particular da região onde moro, mas sim da falta de cidadania que se encontram algumas pessoas, que precisam ser conduzidas a mudar de comportamento para preservar a natureza e a cidade limpa e agradável”, afirma.
Para ela, a dengue é consequência da ação do ser humano, que com hábitos e costumes modernos, conscientes ou não, poluem o meio ambiente favorecendo a proliferação de insetos, que provocam várias doenças e epidemias. Ela acredita que é preciso haver maior conscientização das pessoas para “conservar o que se encontra em ordem e ajudar a construir o melhor para a sociedade”.
Cuidados básicos e medidas preventivas contra a dengue são fundamentais para que determinadas áreas e objetos não sirvam como possíveis criadouros para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Queixas e denuncias podem ser realizadas via 156, no serviço de atendimento da administração municipal.
Editado por Mariana Dandara