Por Giovanna Breve

“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Através do viés reflexivo sobre a vida na famosa frase de Vinicius de Morais, os amigos Angelo Brants, Johnes Ricardo, JP Queiroz traduziram as filosofias da vida urbana mescladando de forma poética e lançaram o curta Instante de Vida neste domingo, dia 11, no canal do youtube: Projeto Deu Nó.
O grupo foi criado em abril deste ano, o ‘Projeto Deu Nó’ teve a ideia do curta como surgi as grandes ideias. Simplesmente acontecendo como conta JP Queiroz, um dos criadores do projeto com experiência na área de audiovisual. “Ela simplesmente surgiu assim, de observar mesmo, a gente observa, vê essas coisas acontecendo e fala ‘nossa ficaria legal numa forma lúdica apresentar isso” explica.

Sair da rotina
A origem do projeto veio de Angelo Brants como uma forma de quebrar a rotina e junto com os amigos decidiram criar o ‘Projeto Deu Nó’. “Eu estava trabalhando e do nada veio essa ideia de fazer alguma coisa diferente. Porque a gente se acostuma a ficar preso à um certo tipo de rotina, muitas vezes a gente para e a gente fica – nossa a gente podia fazer algo diferente – e a gente nunca acaba fazendo. Aí eu conversando com o João Paulo que a gente poderia fazer alguma coisa diferente para quebrar um pouco a rotina e sair fora desse padrão” conta.
Através dessa percepção eles decidiram fazer um curta chamado ‘Instantes da Vida’, além de poético ele têm cunho crítico da padronização e do cotidiano urbano que temos. “A gente resolveu aproveitar (…) fazer alguma coisa diferente, trazer essas histórias reais de uma maneira diferente do pessoal porque as pessoas se identificam muito com isso, elas acabam se vendo na situação(…) surgiu a ideia de na verdade sair fora da rotina porque já estamos presos, a gente tem essa coisa de querer fazer alguma coisa diferente, trazer um ânimo diferente e foi onde surgiu o projeto porque para a gente sair dessa rotina e outra trazer essa rotina apontada de uma maneira diferente” explica Angelo.

Produção
No começo da carreira e com poucos recursos, o grupo chamou amigos, conhecidos ou atores para fazer uma ponta como figurantes para o curta e quando não há ninguém para atuar, eles mesmo são atores. Para a equipe não é algo ruim, porque segundo os criadores, cada um vai aprendendo diversas funções e que vai contribuindo no futuro e se torna algo gratificante fazer o curta ou mexer com audiovisual. “O bacana disso é você quando se trabalha num curta-metragem ou alguma diferente só para ter uma ideia do que vai fazer, ter aquela ideia e ver aquela ideia se transformar em algo concreto isso é bacana, você olhar uma coisa e fazer um cara que é observador, quantos observadores tem na cidade nesse momento? Se você passa olha uma pessoa parada e você acha que ela está viajando, mas não ela só está observando alguma coisa. Então você ter essa ideia e transformar ela em imagem isso é algo bacana, tô gostando muito disso” afirma Angelo, que por falta de pessoas para interpretar ficou sentado em frente à Catedral N. Senhora da Conceição no centro da movimentada Campinas, em um sábado de manhã em meio a finalizações das obras da Francisco Glicério e dia de promoções dos comércios.

Lições de Vida
Em meio das filmagens, as pessoas chegam curiosas ao redor do grupo e, junto com elas, vêm as diversas histórias que cada um carrega. “Uma das primeiras filmagens que fizemos no centro, um pouco antes da gente começa-las, teve um grupo de moradores de rua que se aproximaram, curiosos do porquê estar com a câmera, o que a gente queria fazer aqui, se era de alguma emissora, e quando explicamos que era de um projeto de cinema e estamos fazendo imagens de cena urbanas. Como tinha um ator com violão um deles [morador de rua] pediu para tocar violão. Houve um momento do cara d’ele não ser invisível para a sociedade, porque uma coisa que acontece muito com morador de rua é a questão da pessoa se sentir invisível para a sociedade, porque por mais que as pessoas passam, vejam ele aí, elas ignoram e isso acaba trazendo um vazio para a pessoa e aquele momento de ele tá ali e ver as pessoas que estavam com ele, não sei se de repente eram amigos ou somente um grupos que estavam ali, mas eles vieram e fizeram uma roda no meio da praça e começou a tocar música e isso juntou mais pessoas, isso é muito bacana trazer, por mais que seja um espaço curto de tempo, mas você trazer uma coisa diferente pro dia daquela pessoa e ele mesmo neste espaço curto ele ter a sensação diferente naquele dia, de não ser ignorado, de não ser invisível para a sociedade” fala Angelo que fez amizade e tirou grandes lições interagindo com diversas pessoas no centro da cidade.

Para assistir, clique no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=QBRnii_NDPQ&app=desktop
Editado por Maria Clara Lourençon