Por Karina Danielle
Uma nova forma dos consumidores utilizarem serviços e as empresas venderem produtos: esse é o conceito do termo Economia Colaborativo ou Economia do Compartilhamento, que surge em pleno século XXI. Ferramentas do momento, como Airbnb, Uber, Waze, Spotfy e Crowdfunding agregam novos hábitos de consumo, compartilhamento, comunicação e mídia a partir do ambiente digital.
De acordo com Victor Corte Real, professor de publicidade e propaganda da PUC Campinas e doutorando em Comunicação Social e Estudos de Mídia pela USP, o famoso “jeitinho brasileiro”, muito utilizado em campanhas publicitárias no país anos atrás, pode se tornar uma barreira para a confiança da população brasileira ao utilizar esses novos meios de compartilhamento.

Existem mais de 2,4 bilhões de pessoas no mundo conectadas na internet, ou seja, com acesso à informação, fato que promoveu a mudança de consumo da sociedade. “O acesso à informação ampliado permite que você pesquise, saiba quanto custa um produto aqui ou outro ali, quanto tem de imposto e a concorrência”, analisa Corte Real.
A economia colaborativa é marcada pelo compartilhamento e mudanças de novos hábitos de consumo, que vem ganhando força por todo o mundo. É a tecnologia procurando aproximar as pessoas à partir de modelos que podem eliminar a frieza do meio, como é o caso de aplicativos de carona em Campinas, Ponga ou Uber, que te oferecem um serviço de motorista particular se conectando com passageiros a qualquer momento. “Quando você cria um aplicativo de carona real, no fundo você cria uma nova alternativa de transporte, já que os públicos, como os ônibus, são terríveis, além de desconfortáveis e inseguros”, conta André Luis Ogando Paraense, diretor executivo e fundador do aplicativo Ponga.

Para o professor de publicidade, a ideia de carona e compartilhamento permitem que as pessoas saiam do ambiente digital para o mundo real, proporcionando uma tendência de reaproximação entre as pessoas. Porém no Brasil ainda encontra muita resistência se comparado a outros países. “ É o lado negativo do nosso “jeitinho brasileiro de ser”, de querer passar a perna, ganhar vantagem em tudo geram desconfiança e isso tá muito enraizado na cultura brasileira”, critica. Corte Real ainda acrescenta que as vendas de garagem, como os brechós, geralmente tem status de baixa qualidade para a população, que ainda não foi aderida no Brasil, enquanto em países, como os Estados Unidos, é muito popular.
O Airbnb é uma plataforma presente tanto em site, como em aplicativo, e funciona como uma rede social imobiliária fundamentada na confiança interpessoal. Nele é possível alugar apartamentos e casas no mundo inteiro por um preço acessível e diretamente com o anfitrião.
Lucas Gonçalves de Oliveira, auxiliar de marketing, utilizou o Airbnb para se hospedar em uma praia do litoral paulista e conta que teve desconfiança até chegar ao apartamento escolhido. “Íamos passar o final do ano na praia, os preços eram exorbitantes, até que encontramos apartamentos muito acessíveis pelo Airbnb. Ficamos um pouco com receio de dar o aceite e ir viajar, mas acabamos vendo as referências e de fato foi muito bom”.
A economia do compartilhamento dá inicio a uma tendência de extinguir no Brasil o consumidor tradicional, hoje ele molda e demanda aquilo que o agrega valor. “É uma oferta moldada em torno do interesse do consumidor. Isso está vindo para o país agora e a ideia da confiança precisa ser superada para essas novas ferramentas de compartilhamento se consolidar”, conclui Real.
Entenda o porquê dos financiamentos colaborativos, como os crownfundings e vaquinhas virtuais ainda não “pegaram” no país, e a importância ou não da regulamentação do ambiente virtual no áudio a baixo.
Editado por Alessandra Xavier
Valeu Karina! Ótima matéria =]
Obrigada você Victor, me ajudou muito!