Por Joycy Cintra

Campeão brasileiro na modalidade esgrima em cadeira de rodas no ano de 2013, atleta busca volta à seleção brasileira. Lenilson Oliveira disputou campeonatos em 3 países representando o Brasil no ano de 2014 e agora tenta retorno a seleção para garantir uma vaga nos jogos paraolímpicos Rio 2016.
Há pouco mais de um ano das Olimpíadas e Paralimpíadas no Brasil, atletas de todo o país se preparam na busca por uma vaga nos jogos. É em Campinas que o Lenilson treina forte para subir no ranking brasileiro e assim, representar o país novamente.
A Faculdade de Educação Física da Unicamp é o local dos treinos. O Objetivo do esporte é tocar o oponente com a ponta da arma em qualquer parte acima do quadril e assim somam pontos para vencer a partida. No caso da esgrima em cadeira de rodas as regras são as mesmas, porém os atletas competem sentados, com a cadeira presa ao chão e não podem se movimentar.

Foi na esgrima que Lenilson Oliveira encontrou um novo incentivo para sua vida. O projeto que traz o deficiente físico a prática do esporte esgrima começou em 2011 na Universidade com cinco atletas. No esporte adaptado, a pessoa lesionada vê um novo sentido à vida. “O esporte dá a essa pessoa uma dimensão de cidadania”, explica Edison Duarte, professor e coordenador do projeto na Universidade.
Um acidente tirou parte da perna esquerda do então policial militar que viu sua vida do avesso com a nova situação. O atleta descobriu a esgrima por acaso, foi convencido a conhecer e nunca mais deixou o esporte. Dos 60 atletas da modalidade no Brasil nenhum era esgrimista. Todos chegaram da modalidade depois do trauma sofrido que causou a deficiência.
O treinador, Cristiano Zago, confirma o benefício da esgrima na vida de todos os atletas que treinam na FEF (Faculdade de Educação Física), inclusive o de Lenilson. “A esgrima fez muito bem a ele, com a mudança na vida”, conta. Desde o início dos treinamentos a evolução do atleta foi “meteórica”, segundo o treinador. Ele começou a praticar sem saber nada do esporte.
Lenilson conta da “surra” que levou no primeiro campeonato, perdeu de 15×1. “Foi o incentivo para o treino ser intensificado. E os resultados logo apareceram”, conta animado. Hoje, o atleta vence seus adversários com facilidade.
A disputa segue um ranking nacional onde os atletas competem em vários campeonatos e o melhor colocado segue para a seleção brasileira. O próximo campeonato será disputado em Curitiba (PR), que recebe a competição de 11 a 14 de junho. No segundo semestre, a principal prova do calendário nacional será o Campeonato Brasileiro, de 5 a 8 de novembro, em Porto Alegre (RS).
A FEF busca novos atletas e também patrocínio. O treinador, Cristiano, conta que os custos com as competições têm sido arcados pelos atletas e, a maioria, não trabalha. “Precisamos de patrocínio, pois os campeonatos são sempre longe e está ficando pesado”, conta ele.
A maioria dos interessados, ao contrário do que se pensa, não vem encaminhados do Hospital das Clinicas. São pessoas que ouvem falar e decidem conhecer. Quem se interessar pode procurar a FEF na Unicamp, que fica na Avenida Érico Veríssimo, 701 – Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, Barão Geraldo – Campinas – SP.
Editado por Bárbara Pianca
O Lenilson, assim como os outros meninos, o Edgard e o Luciano realmente são empenhados em nossos treinos e merecem a melhora de resultados que conquistas. Muito trabalho ainda precisa ser feito e assim continuaremos! Obrigada pela reportagem e por dar visibilidade a um esporte ainda pouco divulgado.
Se me permite, só uma pequena correção: o nome do professor é Edison Duarte e não Edilson, rs.
Abraços