Por Gabriela Troian
Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo ouviu mais de cem mil estudantes do 9º ano, com idade média de 14 anos, de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, e verificou que a prática é maior entre garotos (26,1%), enquanto as meninas representaram 16%. A porcentagem restante não quis opinar.

O artigo Causas do bullying: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde da Escola também verificou que o motivo ainda é incerto, mas indica que o maior percentual está ligado as aparências físicas. Um pouco mais da metade dos alunos ouvidos não especificou um motivo, já 18,6% disse que as piadas eram relacionadas ao corpo, seguido da aparência do rosto (16,2%), raça e cor (6,8%), orientação sexual (2,9%) e região de origem (2,5%).
O administrador Vinícius Bigon conta que durante a infância possuía vários apelidos por conta da baixa estatura. “Eu sempre fui baixinho, então me chamavam de pintor de rodapé, anão de jardim e entre outros. Naquela época, eu não via muito problema, mas acredito que hoje, estes apelidos de mau gosto influenciam a vida das crianças de forma negativa”.
A pedagoga Aline Ribeiro ressalta que os alunos “indefesos” são os que mais sofrem. “As crianças que tenho contato predomina a incidência de bullying da parte dos meninos, talvez pela ascensão (que eles acreditam ter) dentro do seu grupo quando praticam brincadeiras maldosas com outros ditos mais ‘fracos’. A tendência é que crianças em idade escolar que convivem com outros maiores tendem a ter maior probabilidade de praticar o bullying desde cedo, já nas séries iniciais”, conta a experiência.
De acordo com a pesquisadora do estudo Marta Angélica Iossi Silva, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP, este estudo auxiliará as escolas a buscarem alternativas para solucionar este problema. “O bullying manifesta-se por meio de diferentes signos, comportamentos e preconceitos nas relações interpessoais entre escolares. Ações de educação e promoção de saúde na escola são modos diferentes de atuar na atenção primária, que podem resultar na construção de novas formas dos estudantes relacionarem-se com o mundo e entre si”, ressalta.
Além das formas, Aline Ribeiro também explica que o bullying está presente tanto em instituições públicas e privadas. “O que muda é como a escola e os membros dela dão importância a tais atos, escolas particulares tendem a ter maior rigor quanto a isso, porém não as isenta. Já na escola publica (não generalizando) acabam deixando passar batido certas brincadeiras de mau gosto por acharem que isso não esta afetando o desenvolvimento da criança e na realidade está”.

Editado por Isabella Pastore