Por Beatriz Bressam
Há 20 anos, o Brasil e o mundo viam o nascimento daquilo que mudaria praticamente tudo ao passar dos anos: a internet. Seu acesso era restrito a pesquisadores e militares, muito diferente do momento em que vivemos hoje, em que é possível acessar a internet através de aparelhos móveis, na cozinha, no banheiro, esperando o ônibus ou até mesmo na fila no banco.
Apesar de receber a alcunha de “País dos conectados”, o acesso à internet no Brasil ainda é precário. Segundo Pesquisa Brasileira de Mídia de 2015, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, apenas cerca de 48% dos brasileiros usam internet regularmente, para se informar através de notícias ou informações de modo geral , para se divertir, passar o tempo e estudar.
No inicio, a internet era uma rede que ligava universidades ao redor do mundo. O Brasil, por exemplo, se conectava a outros países através de redes que partiam da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). As conexões foram estendidas também para outras instituições dentro de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

O acesso comercial à rede foi o que permitiu o surgimento de enciclopédias abertas, ferramentas de comunicação em diferentes formatos e o comercio eletrônico. Essas conexões usavam linhas privadas que operavam na faixa de 2.400 bits por segundo (bps), até setembro de 1990, quando então passou a trafegar dados a 9600 bps.
Valor muito inferior se comparado ao que a grande maioria das pessoas utiliza hoje, conexões de até 10 megabits por segundo (Mbps). Essa velocidade é 60 vezes superior à máxima de 1995, mas só suficiente para deixar o Brasil na 84ª colocação no ranking das redes mais velozes, ficando atrás de países como Turquia e Iraque, segundo pesquisa realizada pela empresa americana Akamai, feita com 140 países.
Uma das principais dificuldades no começo da Internet no País era conseguir linhas telefônicas em quantidade suficiente para atender aos clientes. Apesar disso, muitos fatores conspiraram para que o Brasil se tornasse um país de conectados.
Mariluce da Silva, de 49 anos, trabalhou na Telefônica de 1989 a 2000 e conta a evolução da rede. “Em 1989 a 94/96 era muito difícil adquirir uma linha telefônica, as pessoas ficavam muitos anos na fila esperando a liberação. Hoje me surpreendo muito com a facilidade que é possuir um numero e ter acesso rápido a internet. Nunca imaginei que seria assim”.
Ao ser questionada sobre a internet, Fernanda Caroline Henrique (21 anos) relata como era sua experiência:
Editado por Ricardo Magatti