
Por Gabriela Troian
Durante o período letivo das universidades, diversas festas com consumo de álcool “a vontade” são realizadas em Campinas, as chamadas “Open Bar”. Mas um projeto de lei protocolado na Câmara Municipal de Campinas visa acabar com estes eventos na cidade. Além da proibição, a proposta é que os organizadores sejam impedidos de cobrar valores menores ao preço médio de mercado ou a divulgarem qualquer outro atrativo publicitário que envolva o consumo de bebidas alcoólicas.
Segundo o criador do projeto, o vereador Luiz Carlos Rossini, a iniciativa foi criada devido a preocupação com a ingestão abusiva de álcool por jovens, que pode acarretar em acidentes de trânsito, vício e entre outros malefícios. “A presente proposição não pretende simplesmente proibir o consumo de bebidas alcoólicas em festas e eventos, mas sim obstar uma prática deplorável. Esse tipo de marketing, o bar aberto, traduzido para o português, consiste na liberação indiscriminada de bebidas alcoólicas como atrativo”, explica o vereador.

A empresária Lilian Cintra concorda com a aprovação deste projeto, pois acredita que muitos acidentes de trânsito poderão ser evitados. “Vemos diversos jovens provocando graves acidentes de carro. Na minha opinião, essa lei irá melhorar de certa forma este cenário. Aliado a isso, uma fiscalização mais rigorosa e mais blitz com testes do bafômetro espalhadas pela cidade, diminuirão ainda mais esse quadro”, afirma a empresária.
Já o analista de suporte e estudante, Carlos Prado, costuma frequentar pelo menos uma festa “Open Bar” por mês e não concorda com a aprovação deste projeto. “Sou contra, pois sempre fui a estes tipos de festas e nunca tive nenhum problema. Para que nada de ‘errado’ ocorra, cada pessoa deve conhecer o seu limite. E ter a consciência que se beber além de sua ‘própria cota’ deve voltar para casa de carona ou de táxi”, conta Prado o que faz quando vai a estes eventos.
Aprovação
Caso o projeto seja aprovado, o organizador de eventos que descumprir a lei pagará uma multa de um mil Ufics (Unidades Fiscais de Campinas), valor que equivale a cerca de R$ 2.800. Em caso de reincidência, a multa será dobrada, além disso, o alvará poderá ser cassado e até proibido de emitir um novo em um prazo de dois anos.
Como justificava para a aprovação do projeto, Rossini argumenta que a estratégia utilizada por estes eventos não é a ideal para atrair o público. “Além de contrariar o direito do consumidor, pois trata-se de ‘venda casada’, e incentivar o consumo de bebidas alcoólicas, está na contra mão das políticas públicas de combate ao abuso dessas drogas lícitas”, ressalta.
Em pesquisa realizada pelo Digitais, das 75 pessoas entrevistas, com idade entre 18 a 35 anos, 58 delas não concorda com a criação desta lei. Confira o resultado abaixo.

Editado por Willian Sousa