Por Igor Calil
Os usuários do Whatsapp que já conseguem fazer chamadas de voz pelo mensageiro mais utilizado no mundo encontram problemas na qualidade da ligação via rede 3G. É o caso do estudante de educação física, Cassiano Souza, que atualizou o aplicativo na última sexta-feira e percebeu muito eco durante a conversa. O problema é resolvido quando utilizado em uma conexão mais rápida. “Usando o WiFi fica como se estivesse ligando normal”, afirma o estudante.
Karina Danielle, que utiliza a função disponível, por enquanto, apenas para Android, conta que, além da qualidade da chamada pelo 3G ser inferior, algumas ligações também são interrompidas. “No 3G [a chamada] cai, às vezes”, diz.
Com as novas regras das operadoras para o uso dos pacotes de internet móvel, outro problema encontrado pelos usuários é o consumo de dados durante as chamadas. No caso de Karina, que utiliza um plano cuja franquia é de 500MB, se destinar a internet para realizar as ligações, ficará sem conexão ou terá que pagar por um pacote extra.
O engenheiro elétrico e diretor dos cursos de engenharia elétrica e de telecomunicações da PUC-Campinas, Sérgio Roberto Pereira, explica que o problema acontece porque a rede 3G é compartilhada por muitos usuários. Na rede WiFi, a velocidade, além de ser mais alta, menos aparelhos estão conectados. Em ambas as conexões, a intensidade do sinal depende da proximidade entre o usuário e o ponto de acesso. Entretanto, mesmo que o sinal do 3G seja mais forte, a velocidade depende de outras variáveis, como a quantidade de usuários conectados na mesma rede e plano de internet contratado.
Para que as chamadas via 3G sejam realizadas com mais qualidade, é necessário investimentos das operadoras em estações de rádio base (ERB) – a antena que emite o sinal. Se mais ERBs forem instaladas, as conexões devem ser mais rápidas, uma vez que o número de usuários conectados em uma mesma antena diminui.
Ele aponta, ainda, um atraso do país em relação à estrutura das redes móveis. “O que se esperava era que, depois da Copa do Mundo, todas as cidades com mais de 1 milhão de habitantes tivessem 4G, mas a estrutura econômica do País não permite”, afirma. Assim, garante o professor, que até o ano passado, as estações que tinham este tipo de tecnologia estavam ociosas, devido aos poucos usuários que tinha acesso à tecnologia.
