Restaurantes investem em mídias sociais para promover ofertas

Por Fernando Corilow

Atualizada em 19/03/2015

A divulgação de promoções através de plataformas digitais é a uma das novas ferramentas de publicidade dos restaurantes da região. Os estabelecimentos encontram nesse tipo de propaganda uma alternativa para trazer novos clientes e fidelizá-los, depois da queda nas vendas em sites de compras coletivas. Alguns restaurantes perceberam uma diminuição em torno de 40% nas vendas através de sites como Gropoun e Peixe Urbano. No entanto, os restaurantes têm encontrado dificuldades na divulgação própria para potenciais clientes.

Para a proprietária do restaurante Strog&Noff, Thaís Graça Kuyunjian, a principal vantagem das promoções dos sites de vendas coletivas é que eles conseguem atingir um público maior. Porém, ela conta que as altas taxas que precisam ser pagas aos sites não trazem grande retorno financeiro: “Em média, 60% fica para o restaurante, e entre 40-50% para os sites”. Por conta disso, as promoções passaram a ser oferecidas diretamente pelo restaurante na tentativa de diminuir a “dependência” desses sites.

Thaís relata que, nos últimos anos, percebeu uma queda bem significativa nas vendas pelos sites de compras coletivas: “Quando esses sites foram lançados [por volta de 2011], a procura era bem maior”. O proprietário da Battataria Suiça, Guilherme Pinto Gonçalves, conta que também identificou este movimento: “Os sites de compras coletivas já passaram do pico”. Ele relata que, no último ano, percebeu uma queda de 30 a 40% nas vendas por esses sites.

Consumidores

Este cenário exigiu uma participação mais ativa dos restaurantes na divulgação das promoções, utilizando-se especialmente dos próprios sites e de redes sociais, como o Facebook. Para os consumidores, no entanto, essa divulgação ainda não possui o alcance e as facilidades dos sites de compras coletivas, que conseguem reunir ofertas variadas aos clientes em melhores condições de pagamentos.

A estudante Gabriela Soligo conta que costuma frequentar os sites de compras coletivas, especialmente “porque o preço acaba sendo bem mais barato do que o original”. Porém, ela não possui o hábito de buscar ofertas diretamente com o restaurante.

Para Elizabeth Nascimento, assistente da diretoria de clientes de uma empresa de telefonia, a grande facilidade dos sites de compras coletivas é receber as ofertas diretamente por e-mail, sem a necessidade de pesquisa. Ela também relata que nunca comprou alguma promoção oferecida diretamente pelo estabelecimento.

Gonçalves explica que, atualmente, a divulgação feita pelo próprio restaurante alcança um número semelhante de clientes do que os sites de compras coletivas – feito, porém, que não foi alcançado sem um bom investimento: “Tem um pessoal nosso que trabalha para isso, a gente injeta um valor para os anúncios. Tem todo um custo por trás”. Mesmo com os gastos, ele conta que as promoções do próprio site são mais vantajosas. Ainda há espaço para os sites de compras coletivas, explica o proprietário, mas hoje a grande oportunidade está nas mídias sociais, como o Facebook.

Já para Thaís, a grande vantagem das promoções do próprio estabelecimento é a fidelização do público. “A tendência é que as promoções sejam feitas diretamente pelo restaurante. Se eu pudesse, não faria mais promoções pelos sites, já que o retorno financeiro não é muito favorável”, conclui a proprietária.

Números da crise

Essa movimentação do mercado nos últimos anos já indicam um desaceleramento nas vendas coletivas. Recentemente, sites como o Peixe Urbano e o Groupon anunciaram uma mudança no sistema de compras coletivas, segundo o qual era necessário um número mínimo de compras para que a oferta pudesse ser validada. Hoje os sites ainda oferecem promoções, mas em menor frequência e sem a necessidade da adesão mínima.

Algumas pesquisas também relatam essa tendência. De acordo com a Revista Exame, de 2011 a 2012 cerca de 25% dos sites de compras coletivas no Brasil deixaram de funcionar. Além disso, as ações do Groupon, um dos maiores sites de compras coletivas no mundo, despencaram na bolsa norte-americana desde sua abertura em 2011. Apesar de uma pequena recuperação no final de 2013/início de 2014, os valores das ações nunca chegaram perto dos preços em sua abertura.

As ações do Groupon sofreram uma queda vertiginosa poucos meses após sua abertura na Nasdaq, segunda maior bolsa financeira norte-americana. Apesar de uma pequena recuperação no final de 2013/início de 2014, os valores das ações não chegaram nem perto do patamar de sua abertura em 2011.
As ações do Groupon sofreram uma queda vertiginosa poucos meses após sua abertura na Nasdaq, segunda maior bolsa financeira norte-americana (Infográfico: Fernando Corilow)

 Editado por Ana Carolina Pertille

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