Integrante do Cirque du Soleil participa de Seminário da Unicamp

Por Sérgio Moreira Jr.

Emmanuel Bochud, assessor do Cirque du Soleil. Ao fundo, a pintura na sede do Circo, no Canadá, que se refere a uma brasileira fazendo malabarismo.
Emmanuel Bochud, assessor do Cirque du Soleil, conta experiência na Mongólia (Crédito: Sérgio Moreira)

Você já ouviu falar em Circo Social? A discussão acerca desse conceito, academicamente recente, mas já praticado no mundo todo desde a década de 90, conduziu, nessa segunda-feira (9), o seminário “A evolução, mudanças e desafios do Circo Social na América Latina nos últimos 10 anos e sua interface com as artes circenses”.

O evento ocorrido no auditório da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp teve como idealizadores Marco Bortoleto, coordenador do programa Circus e professor de Educação Física da Unicamp e a rede Circo do Mundo, que articula 20 organizações de todo o país em torno do conceito e da metodologia do circo social.

Zezo Oliveira, ex-diretor da Escola Nacional de Circo da Funarte-RJ e atual assessor da Secretaria da Cultura do Estado de Pernambuco/Fundarte, Maneco Maracá, integrante da rede Circo do Mundo-GO e Emmanuel Bochud, assessor do Cirque du Soleil (Canadá) para formação de Circo Social, integraram a mesa de discussão e apontaram a importância que existe em formar não só tecnicamente, mas também socialmente os alunos de circo.

O Brasil é referência na atuação e na metodologia de Circo Social ao redor no mundo. Segundo Zezo, a prática do circo social é múltipla e se adapta às carências das áreas de atuação. Quando a Escola Pernambucana implantou em Recife o conceito de Circo Social, as crianças que moravam nas ruas, usavam drogas e realizavam furtos pela região da Escola se integraram à arte e muitos saíram de lá com profissão.

Mesa composta por (da esquerda para a direita): Mariano-tradutor; Emmanuel Bochud-Cirque du Soleil; Maneco Maracá-Circo do Mundo Brasil; Fátima Pontes-Circo Mundo Brasil; Zezo Oliveira-Sec. Cultura RE; Marco Bortoleto-idealizador.
Mesa composta por (da esquerda para a direita): Mariano-tradutor, Emmanuel Bochud, Maneco Maracá, Fátima Pontes, Zezo Oliveira e Marco Bortoleto (Crédito: Sérgio Moreira)

O que buscam os atuantes do Circo Social é dar para as crianças a permissão de sonhar, um mundo mais inclusivo, e para que isso ocorra são necessárias não só aulas práticas, mas também discussões dia-a-dia. Para Fatima Pontes, integrante da rede Circo do Mundo, as “rodas”, como ela costuma chamar as conversas com os alunos, são mais importantes que as aulas, pois é possível passar noções de cidadania, respeito e política.

Essencialmente de esquerda, o teor político de Circo Social foi discutido mais a fundo quando se pronunciou Emmanuel Bochud, representante do Cirque du Soleil – empresa circense que mais arrecada no mundo. Ele admitiu estar numa empresa capitalista, com setores de marketing e financeiro gigantes, mas ressaltou a responsabilidade social para com os mais necessitados. “Atuamos com o Circo Social na Mongólia, mesmo nunca tendo o Cirque de Soleil pisado naquele país, ajudamos várias comunidades por lá”, disse Emmanuel Bochud.

Editado por Jaqueline Zanoveli

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