Por Igor Calil
A música eletrônica está em alta. O número de pessoas adeptas dos loops e das batidas cresce em Campinas de maneira expressiva. Somente nos últimos 8 anos, houve um aumento de 213% no número de matriculados nos cursos de DJ e música eletrônica da Academia Internacional de Música Eletrônica (AIMEC), em Campinas, que hoje tem cerca de 190 alunos.
Para André Motta, diretor geral da academia, o interesse pela área deve-se ao crescimento da cultura da música eletrônica e de um maior núcleo de investimentos no setor. “Virou business”, ressalta.

Entretanto, essa mudança também pode estar atrelada ao novo cenário que os DJs encontram hoje. Segundo Edson Nascimento, jornalista e DJ formado pela AIMEC, os disc jockeys estão se tornando celebridades. “Um tempo atrás, o DJ ficava atrás das cortinas. Você escutava o som ambiente e não sabia de onde tava saindo. Hoje, você tem festivais e festas que o DJ é a atração principal do evento”, afirma.
Adriano Magno, DJ e professor do Curso Premium de DJ, afirma que a profissão deixou de ser específica de um pequeno grupo de pessoas e se expandiu entre as classes A e C, como um garçom que ganhava cerca de R$1100,00 e viu na carreira uma possibilidade de crescimento financeiro. “Hoje, ele ganha 3 vezes mais do que ganhava como garçom. Comprou equipamentos, aluga para festas e eventos, e se tornou um microempresário”, diz.

Para Adriano, que já tocou em Ibiza e na festa de encerramento da novela “Caminho das Índias”, da Rede Globo, as dificuldades iniciais são os locais para treinar. “Para solucionar isso, o aluno pode comprar seus próprios equipamentos, emprestar de algum amigo ou alugar”, indica. Outro desafio é o conhecimento musical. A profissão requer que o DJ esteja sempre atualizado das novidades e conheça os estilos musicais, produtores e gravadoras de sua preferência. “Ser DJ não é só apertar um botão”, completa.
Contudo, a profissão começou diferente para Leonardo Ribeiro Nascimento. O DJ Leo RN toca desde os 14 anos em festas de aniversário e casamento. Na noite, ele começou aos 18, mas garante: “sempre ganhei”. O estudante de Publicidade e Propaganda da PUC-Campinas não tem curso de DJ. “Eu tinha um amigo que tocava, que fez curso e me aprimorou”, conta.
O mercado campineiro deve seguir crescendo, acompanhando a tendência brasileira. Assim, as contratações podem ficar cada vez melhores e mais atrativas quando a festa tiver como público fãs da música eletrônica.
Editado por Ana Carolina Pertille
1 comentário