Estudo aponta alta taxa de HIV em homossexuais de Campinas

Por Lucas de Lima

Durante todo o mês de dezembro o laço vermelho é visto como símbolo da solidariedade e de comprometimento na luta contra a Aids, mas um estudo realizado na cidade de Campinas aponta a necessidade de investimentos em ações de prevenção a DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis).

O estudo coordenado pelo instituto Oswaldo Cruz, contou com a participação de 600 voluntários do sexo masculino de Campinas. O levantamento apontou uma alta taxa de infecção em homossexuais da cidade. A proporção de infectados, como mostra o infográfico abaixo, em ambos os casos é dez vezes superior que a média da população.

(crédito: Lucas de Lima)
(Crédito: Lucas de Lima)

Paulo P. , como prefere ser identificado, 23 anos, morador de Campinas, descobriu que estava infectado com o vírus do HIV (vírus da imunodeficiência humana) há três anos, desde então vem lutando contra a doença diariamente. “Quando fui diagnosticado como soropositivo a princípio veio na minha cabeça que a morte estava próxima, claro que devido à falta de informação e o medo do que eu não conhecia, mas logo fui atrás de ajuda médica para realizar exames, que foram inúmeros, para ver como estava meu quadro”, explica Paulo.

O soropositivo conta como foi o processo de aceitação da doença para ele. “Além de tudo tinha que buscar um norte de como lhe dar com esse vírus, então procurei ajuda de uma psicóloga. De inicio tudo me pareceu assustador, mas de lá pra cá as consultas médicas se tornaram periódicas e o acompanhamento também”.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde no dia primeiro de Dezembro (Dia Mundial de Combate à AIDS) apontam que 734 mil pessoas vivem com o vírus do HIV no Brasil, mas somente 589 mil foram diagnosticadas, assim cerca de 20% das pessoas ainda não sabem que têm o vírus.

(crédito: Lucas de Lima)
Bottom do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas (Crédito: Lucas de Lima)

Segundo o Ministério da Saúde, para reverter essa tendência de aumento dos casos da doença em jovens do sexo masculino, o governo vai começar a intensificar campanhas de prevenções contra a Aids nas redes sociais e em aplicativos de encontros para celulares.

As informações foram passadas pelo secretário de Vigilância, Jarbas Barbosa, no dia 6 de Dezembro. “Temos que agir de forma contundente, principalmente na população de jovens de 15 a 24 anos, do sexo masculino, particularmente os jovens gays, porque entre eles a velocidade de transmissão do HIV é muito maior do que entre a população em geral”, afirmou o secretário.

Ações como essa já são feitas na web em todo o mundo por associações e ONGs não governamentais, como é o caso da Reprolatina, instituição que gerencia o Portal Vivendo a Adolescência e desenvolve projetos na cidade de Campinas. O portal Vivendo a Adolescência é um espaço na Internet para que adolescentes e jovens possam se informar, esclarecer dúvidas, além de discutir assuntos sobre sexualidade, anticoncepção, DST/HIV-Aids e outros temas da saúde sexual e reprodutiva.

Hoje o site já conta com cerca de 5.000 acessos diários e em média 400 perguntas respondidas por mês. Segundo a consultora da Reprolatina, Amanda Franco, o trabalho desenvolvido nas redes sociais é importante para a causa. “Hoje a internet faz parte da vida das pessoas. É onde buscamos todo o tipo de informação, onde buscamos ideias novas, exemplos de trabalhos, onde nos relacionamos em rede. Essa facilidade de obter informação traz a necessidade de uma informação correta e atualizada, principalmente na área de saúde sexual e reprodutiva” diz a consultora.

Editado por Isabella Robaina

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