Por Caio Coletti

O Spotify foi fundado em 2006, quando streaming ainda era um conceito muito abstrato que a maioria dos internautas associavam apenas ao YouTube. O sueco Daniel Ek queria trazer uma alternativa aos downloads ilegais que não implicasse na compra de um álbum completo, e respeitasse a forma dinâmica que os milennials (geração que cresceu no século XXI) adotaram para ouvir música.
No Spotify (tanto o site quanto o software), qualquer um pode ouvir a música quando quiser – mas é possível ser um usuário premium, por em torno de R$15 por mês, e garantir que os artistas ouvidos recebam uma parcela desse valor. Além disso, a assinatura premium traz como vantagem a possibilidade de baixar músicas para ouvir offline, e o desaparecimento das faixas publicitárias que aparecem entre as execuções do usuário free.
Em recente declaração em resposta a uma polêmica com a cantora Taylor Swift, o CEO do Spotify, Daniel Ek, disse já ter pago mais de US$ 2 bilhões para artistas, e que os lucros anuais de uma cantora popular como Swift podiam chegar a quase US$ 6 milhões. A americana retirou suas músicas do serviço no começo do mês, afirmando que o Spotify não era uma maneira justa de remunerar quem faz música pelo seu trabalho.
Lançamento no Brasil
Apesar de existir há 8 anos, o Spotify só chegou ao Brasil em 2014, em uma iniciativa de expanção que também incluiu outros 13 países da América Latina. Totalmente funcional desde Maio, o serviço foi divulgado a partir de Dezembro de 2013, e alguns usuários receberam convites especiais para utilizá-lo antes do público geral, já a partir de Janeiro e Fevereiro desse ano.
O publicitário Marlon Rosa foi um deles. ” Um dos pontos mais positivos é que o serviço teve e tem grande adesão dos artistas, é raro não achar o que se procura lá, inclusive da própria música nacional. Outra vantagem, é que essa forma de ouvir música é legal, e não atrapalha de forma alguma o lucro e valorização do trabalho do artista”, conta, ressaltando ainda que o lançamento do serviço foi muito aguardado pelo público que acompanha música e tecnologias. “Era raro, pelo menos no meu círculo de amigos, não ouvir alguém falando sobre a marca”.
Streaming vs. Pirataria
“Milhares de álbuns e artistas estão nas nuvens e ao alcance do seu dedo, essa é uma das maiores vantagens”, descreve o DJ Márcio Mouse, fazendo referência ao sistema de armazenamento de dados em nuvem, no qual o usuário tem acesso ao arquivo sem precisar baixá-lo. “Sendo uma pessoa que trabalha com música, eu espero que os serviços de streaming fiquem cada vez mais populares que a pirataria e os torrents, porque assim os artistas recebem pelo menos uma parte disso”, diz ele.
“Se há um serviço que atende todas suas demandas por um preço justo e que ainda defende os direitos autorais dos artistas, por que não usufruir deste?”, questiona a estudante de fotografia Jéss Souza, que ainda vê uma lacuna a ser preenchida quanto a disponibilidade de músicas no Spotify, mas acredita que o serviço tem potencial para se tornar tão ou mais popular que a sua contraparte ilegal se os artistas e gravadoras abraçarem a proposta.
Marlon completa o argumento a favor do streaming com o argumento da comodidade. “É mais cômodo você ter acesso a todas suas músicas um único lugar, e dar só um play, do que ter que procurar um arquivo torrent e esperar baixar pra aí sim conseguir ouvir”, ele diz.

Editado por Verônica Miranda
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