Por Michele Guelere
Neste ano, celebra-se 100 anos da estreia de Charles Chaplin no cinema e com ele a sétima arte ganhava uma magia única. Em fevereiro de 1914, ia para as telonas “Making Living” (em português “Carlitos Repórter”), curta metragem no qual Chaplin interpreta um repórter vigarista que tenta se passar por aristocrata.
Charles Spencer Chaplin (16 de abril de 1889) nasceu em um subúrbio de Londres onde cresceu em uma família de artistas. Seus pais eram atores e cantores do Music Hall de Londres e foi com eles que Chaplin aprendeu a cantar e atuar.
Durante sua infância, seus pais se separaram e devido aos problemas emocionais da mãe, Chaplin sofreu muito e isso refletiria em toda a sua obra como afirma o historiador e criador do Blog Chaplin Hallyson Alves “A obra de Chaplin tem todo um contexto de sua infância, porém com uma visão singular. Uma visão otimista das coisas. Uma visão de que apesar de todo o sofrimento, de toda a dor pode existir um futuro positivo”.
Chaplin começaria cedo na vida artística. Aos cinco anos de idade, estreou em um musical e todos os presentes se encantaram com a facilidade do menino que cantava e dançava com propriedade. Foi apenas o começo.
Foi em 1910, aos 21 anos, que Chaplin pisou pela primeira vez na América juntamente com a trupe Fred Karno da qual fazia parte.
Durante apresentações com a trupe, foi descoberto pelo produtor de cinema Mack Sennett, dos estúdios Keystone. Chaplin passou então a atuar em seus primeiros filmes.
Foi no estúdio Keystone, que Chaplin desenvolveu seu principal e mais conhecido personagem: O Vagabundo (em inglês, The Tramp). Um homem do povo, solitário e cavalheiro que usava sempre um paletó apertado, bengala, chapéu de coco e um bigodinho característico.
Utilizando do humor, crítica e poesia, Chaplin encantou o público de todo o mundo e assim permaneceu para além de sua época como afirma o jornalista e crítico de cinema Franthiesco Ballerini “O Estilo Pastelão de Chaplin é imitado até hoje por atores como Jim Carrey, Steve Carell e até em seriados de TV como Chaves, Os Trapalhões. Todos eles se baseiam no estilo trapalhão do Chaplin, no estilo pastelão dele para compor os seus personagens”.
Chaplin roteirizou, dirigiu, atuou e produziu cerca 80 filmes – a maior parte deles no período do cinema mudo e com suas obras levava a uma pitada de crítica para as telonas “Chaplin foi acusado em 1950 de ser comunista por sua obra fílmica retratar muito da questão social. A crítica à sociedade da época e que inclusive é atual. As criticas dos filmes dele não envelhecem”, afirma Hallyson Alves.
Segundo Ballerini, a crítica porém não tinha a intenção de ser agressiva “A crítica social era bem disfarçada. Tiveram alguns filmes mais chamativos como “O ditador” e por isso Chaplin teve problemas e quase foi expulso dos Estados Unidos. No fundo as pessoas sabiam que havia uma crítica social e mesmo críticas ao sistema capitalista”, afirma.

Com imagens tocantes, Chaplin encheu nossos olhos em diversos filmes como “Tempos Modernos”, “O ditador”, “Luzes da cidade”, “O Garoto” e tanto outros que ficarão marcados na lembrança e na história por pelo ou menos mais cem anos.
Confira imagens dos principais filmes de Chaplin no vídeo abaixo:
Editado por Guilherme Luz
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Um dos mestres da sétima arte.