Por Ana Luiza Sesti
Uma recente pesquisa realizada pelo Hospital do Coração, de São Paulo, levantou que o número de pacientes atendidos com intoxicação alimentar entre os anos de 2009 e 2013 cresceu em 122%. Isso significa que de 280 casos de intoxicação, o hospital registrou um aumento para 624 casos, a cada ano.
O responsável pela pesquisa, o cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração, Daniel Magnoni, explica que isso decorre devido às pessoas estarem comendo cada vez mais fora de casa. A distância entre o trabalho e a casa, a falta de tempo e a grande oferta de restaurantes são alguns fatores que justificam os casos. E foi o que aconteceu com a estudante Gabriela Paganotto.
Ela estagia em uma empresa de Campinas durante o dia, faz faculdade na mesma cidade no período noturno e ao fim da noite volta para a cidade em que reside, Itatiba. “Eu fui almoçar num restaurante e comi uma comida que tinha molho vermelho, queijo e acho que algum ingrediente não estava bem preparado e ingeri alguma bactéria. Passei muito mal”, conta Gabriela que saiu para almoçar durante o trabalho.

Segundo o cirurgião do aparelho digestivo do Instituto Pró-Gastro de Campinas, Gustavo Sevá Pereira, a intoxicação alimentar “é um problema de saúde causado pela ingestão de alimentos ou líquidos contaminados por bactéria, fungos, vírus ou produtos químicos”. Após ingerir o alimento contaminado o organismo não demora em dar os primeiros sintomas da intoxicação e a doença permanece no corpo com exaustão por 4 a 5 dias e cessa completamente em até 14 dias.
“Eu fiquei ruim uns 3 ou 4 dias, sem conseguir comer direito, eu comia fruta mas logo já ficava enjoada, já passava mal. Fiquei uns 4 dias assim e ai foi gradativo, eu fui conseguir comer uma fruta, ai depois comer uma comida mais leve, até normalizar minha alimentação”, explica Gabriela, que procurou um médico para orientá-la, o que é fundamental para o diagnóstico do problema.
“Como os sintomas de intoxicação alimentar são comuns a muitas doenças, é necessário que o médico faça a avaliação e diagnóstico diferencial. A única recomendação que pode ser dada para que seja feita em casa é realmente a utilização de muitos líquidos”, explica Doutor Gustavo. Além desta recomendação, é fundamental conhecer o ambiente em que se come e saber a procedência dos alimentos.

Ainda segundo Seva “é necessário que se entenda que só a manutenção da limpeza de mãos e utensílios é suficiente para resolver boa parte dos riscos de intoxicação, no entanto, a ingestão de alimentos contaminados muitas vezes é difícil de ser evitada, já que pode não haver qualquer sinal de mudança do gosto, cheiro ou textura desses alimentos. Por isso é preciso higienizar os vegetais adequadamente com hipoclorito antes de comer e evitar latas e vidros com as tampos estufadas”.
E para quem não teve contato com a intoxicação alimentar fica a orientação de quem já enfrentou a doença. “Tomar cuidado com o lugar que você come, porque comer em lugares diferentes e coisas diferentes é perigoso. Você nunca sabe como é o preparo num restaurante, você não sabe atrás da parede do restaurante se é bem feito, então tomar muito cuidado e quando for comer na rua procurar comer comida leve, coisa que você pode evitar ao máximo ter esse tipo de reserva”, explica Gabriela.
Editado por Nathani Mota