
Por Bruna de Oliveira
Incluir o sobrenome do marido é uma tradição na nossa sociedade. Enquanto parte das mulheres consideram a prática uma “prova de amor”, outras estão quebrando os padrões e impondo suas vontades, como não adquirir mais o sobrenome do esposo. De acordo com dados do Arpen- SP (da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais de São Paulo) 24% das mulheres que se casaram no primeiro semestre no estado de São Paulo não adotaram o sobrenome do marido.
Segundo o levantamento, foram realizadas 128.220 uniões no Estado de São Paulo. Sendo que 29.660 mulheres continuaram com o sobrenome de solteira. A decisão de não incluir o nome do conjugue ao se casar, é uma escolha a ser discutida e pensada entre o casal, e saber o que iria representar essa mudança. Este é o caso da gerente de vendas , Viviane Bechara, que tomou a decisão de não alterar seu nome junto com seu marido. Ela conta que um dos motivos foi o transtorno de ter que mudar todos os documentos, “ Seria muito trabalhoso atualizar todos os documentos (RG, CNH), e o pior era ter que alterar o CNPJ da minha empresa”, explica a gerente.
A partir do ano de 1977, a lei que obrigava toda esposa adotar o sobrenome do marido foi alterada, tornando uma opção do casal. Para a professora Liliana Busca, esta lei é totalmente machista, “uma lei antipática. Mesmo depois, quando passou a ser opcional, a antipatia permaneceu. Para mim, era como se a mulher precisasse de um carimbo dizendo ‘pertenço à Fulano’”, conta a professora. Ela diz também que é a favor das tradições de família, mas que seu nome é a sua identidade. “Eu não ia mudar quem eu sou por conta do casamento, então mudar de nome me pareceu desnecessário”, afirma Liliana.
Bárbara Costa Leão de Oliveira e Jackson Costa, compartilham do mesmo sobrenome. Casados há 2 anos, assim que foram ao cartório acertar os papéis do casamento, foram informados que poderiam fazer algumas alterações como trocar o sobrenome de lugar. “Achei muito estranha a modificação e desnecessária, então decidimos deixar do jeito que estava, do que trocar só pra dizer que casei”, conta a fotografa Bárbara.

A fotografa ainda conta que outra opção dada no cartório era seu marido acrescentar um sobrenome da esposa em seu nome. Bárbara achou diferente e como não é algo muito da tradicional, decidiram deixar do jeito que estava, já que iria dar muito trabalho para alterar os documentos.
A prática do homem acrescentar o sobrenome da esposa, ainda é incomum, mas vem ganhando adeptos no Brasil. Dados da Arpen-SP, revelam que aumentou em 51% o número de homens que adotaram o sobrenome da mulher em cartório de registro em 2012. Em 2002 com a atualização do novo Código Civil brasileiro, permitiu de qualquer um dos cônjuges acrescentasse o sobrenome do(a) companheiro(a) ao próprio nome (art. 1565 § 1º).
Mas isso ainda é mal visto por muitos que partilharam de um pensamento machista. Na imagem abaixo é possível ver vários comentários de pessoas que são contra o homem se submeter a isso. Os comentários são da matéria realizada pelo G1, sobre o número de homens que adotaram o sobrenome da esposa. Veja a matéria no link

Editado por Nathani Mota.
Matéria muito esclarecedora Bru!! Adorei!! Ninguém precisa ficar colocando rótulos em ninguém!! O casamento começa na mente do casal e não no papel!!
Muito obrigada Bárbara pelo comentário! É uma decisão que deve ser discutida entre o casal, é bom que os “valores antigos” estão sendo deixados para trás.