Por Isabella Vicentin
Quando chega o segundo semestre do ano, especialmente nos meses de julho à setembro, vários jovens que estão para concluir sua formação acadêmica se inscrevem em diversos processos seletivos para concorrer a uma vaga de Trainee, e caso escolhidos, podem garantir um emprego no mercado de trabalho e definir seu futuro profissional.
As vagas de Trainee são especificas para profissionais recém formados, mas o processo de seleção começa antes da formação acadêmica, por isso muitos estudantes ficam atentos a abertura dessas inscrições. A estudante do último semestre do curso de Relações Públicas, da PUC-Campinas, Laura Maciel, afirma que despertou o interesse em disputar uma vaga para ser Trainee logo quando entrou na Universidade, pois assim teria a oportunidade de conhecer novos projetos e ter um aprendizado mais dinâmico e abrangente.
Laura já fez as inscrições em diversas empresas, e está confiante para participar dos processos seletivos. “Acredito que o fato de saber inglês e espanhol seja uma vantagem, já que atualmente a fluência em outros idiomas é um fator importantíssimo para programas como estes. Acredito que o estágio que curso atualmente, na Bosch, também seja um diferencial por ser uma empresa com sede fora do país e muito nome no mercado”, explicou Laura.

Natan Saccenti, que estuda Ciências Contábeis em Jundiaí-SP, está concorrendo a uma vaga para Trainee na empresa EY, e contou que o processo seletivo da empresa consiste em quatro fases:
– Cadastro através do site www.vagas.com,
– Teste com diversas questões em inglês e raciocínio lógico,
– Dinâmica em grupo e redação,
– Entrevista com os sócios da empresa.
Em uma das fases, Natan contou que agilidade e trabalho em equipe contam muito. “Talvez a maior dificuldade do processo seja na dinâmica onde em 20 minutos você é seu grupo tem que bolar uma estratégia para resolver o problema proposto”, disse ele.
O Engenheiro Civil, Rafael Carrilho, foi Trainee no Grupo CCR. Hoje está na França fazendo a dissertação do seu mestrado na empresa SYSTRA, e falou sobre a sua experiência com exclusividade para o Digitais.
Mas o que faz um Trainee?
Pedro Gerum, formado em Engenharia de Produção pela UFSCar, é Trainee da empresa Linde Gases, e contou sobre o seu dia a dia na empresa e deixou algumas dicas para quem pretende passar pelos processos seletivos. Confira:

Digitais: Trabalha há quanto tempo na empresa?
Pedro: “Estou trabalhando na Linde Gases desde Janeiro deste ano”.
Digitais: O que faz um Trainee?
Pedro: “O programa de Trainee no caso específico da Linde, passamos seis meses conhecendo a empresa, através de encontros diários como as pessoas responsáveis por cada área. Agora que esta parte do programa se encerrou, fomos divididos em algumas áreas, para aprendermos on-the-job. Estou com o time de logística há aproximadamente um mês e devo fazer um projeto a ser apresentado para os diretores em Fevereiro de 2015”.
Digitais: Para você, qual a importância de ser Trainee?
Pedro: “Ser Trainee é interessante pela visibilidade que você tem dentro da empresa, pela rede de contatos que você acaba conhecendo e pela preparação que a empresa tem com você. Nossos nomes são conhecidos da alta cúpula da empresa e ex-trainees já ocupam posições da alta liderança da empresa. Somando-se isso ao fato de que conhecemos muitas pessoas de diferentes áreas durante nosso rotation, temos a oportunidade de mudar de áreas e trabalhar em diferentes setores da empresa com o passar do tempo. O RH também nos oferece treinamentos que nos preparam para um futuro cargo de liderança; os ensinamentos, entretanto, já se mostram eficazes desde já, pois aprendemos a gerenciar nosso tempo e trabalhar de forma mais produtiva.”
Digitais: Como foi seu processo seletivo?
Pedro: “Não vou mentir. Os processos são árduos. Na Linde, foram mais de 400 candidatos por vaga. Sobre os pré-requisitos, varia muito de empresa para empresa. As empresas buscam pessoas que tenham perfis que batam com o dela, sou super favorável à esta política, pois sou muito mais feliz com meu trabalho, e isto faz toda a diferença. No caso da Linde, eles buscam pessoas que saibam trabalhar em grupo, que não ‘assassinem’ ideias; pessoas que tenham pensamento crítico, mas que saibam discordar de forma gentil”.
Digitais: Teve algum diferencial que você acredita que ajudou a conseguir a vaga e que possa ajudar os candidatos?
Pedro: “O que posso dizer é que quase todos os Trainees moraram fora pelo menos um ano e falam três idiomas fluentemente. No meu caso, morei um ano na França e um nos EUA, onde estudei matérias da minha graduação. Falo, portanto, inglês e francês fluentemente. Agora o segredo mesmo é ter uma motivação de trabalhar para melhorar a empresa, é vestir a camisa e mostrar que está lá para ajudar a empresa do modo que for”.
Confira algumas empresa que ainda estão com as inscrições abertas:
Editado por Ana Luiza Sesti