
Por Caio Coletti
O ProAces (Programa de Acessibilidade) da PUC-Campinas comemora 17 anos em 2014 em um momento de reinvenção com diversas reformas focadas na integração dos alunos com deficiência. A diretora da instituição, Carmem Ventura, garante que existe uma consciência de que este trabalho precisa passar por melhorias, mas aponta a própria criação do ProAces como um ato de pioneirismo da universidade na área.
Acessibilidade física
Com as reformas na maioria dos prédios do Campus I, a preocupação do órgão está em buscar as melhores adaptações possíveis, levando-se em conta principalmente o fato de que as construções foram erguidas na década de 1970. “As pessoas não tinham essa consciência, nem havia a legislação, nem o conhecimento que se tem hoje em relação a isso”, define Carmem.
O aluno Gabriel Jannini, do primeiro ano de Publicidade e Propaganda , é cadeirante e sente na pele as limitações do processo de adaptação dos prédios. “Até hoje às vezes encontro dificuldades. Por a PUCC ficar em uma grande ‘ladeira’, ‘montanha’, tem muitos lugares que ficam ruins para subir”, conta. Gabriel também destaca que a universidade procura localizar as aulas de sua classe nas salas com condições de acessibilidade melhores, para não dificultar muito o dia-a-dia do aluno. “Se o local é acessível a todos, automaticamente haverá uma melhor convivência com as pessoas com deficiência”, ele conclui.

A diretora considera as adaptações aos prédios como “um processo de constante melhoria nas condições de acessibilidade”, mas admite que tanto a topografia do terreno quanto outros fatores atrapalham. “Hoje o conceito de acessibilidade é que a adaptação seja em completa harmonia com a própria planta, desenho e construção do prédio. Nem sempre, tanto aqui no campus I como no campus II nós conseguimos essa solução que é de fato a melhor”, analisa a diretora.
Deficiências visuais/auditivas
O trabalho com os alunos que possuem deficiências visuais e auditivas precisa ser feito caso a caso, segundo Carmem. Nem todos os alunos surdos ou com baixa audição são usuários de libras, por exemplo – quando a opção é pela leitura labial, o trabalho do ProAces acontece no sentido de orientar os professores quanto à pronuncia das palavras e o posicionamento em sala de aula (sempre com o rosto voltado para o aluno).
Entre os universitários com deficiências visuais o trabalho é ainda mais personalizado. “Nós temos vários alunos com baixa visão, que precisam de grafia ampliada. Cada um precisa de uma fonte, de um tamanho diferente, então a adaptação é feita um a um. Também temos adaptação para programas de leitura de voz – muitos dos alunos com deficiência visual tem a adaptação para computador, e vão usar um programa que lê aquilo que está no texto. E também possuimos a impressora braille”, conta Carmem.
Outras universidades
Primeira instituição de ensino superior na região de Campinas a ter um programa especializado no atendimento ao aluno deficiente, é a PUC-Campinas, pioneira em um serviço que passou a ser obrigatório por lei. Parte da avaliação que permite as universidades continuar oferecendo um curso é a atenção ao aluno com deficiência.
Confira um trecho da entrevista de Camem Ventura:
Editado por Bruna de Oliveira