
Por Alef Gabriel
Recentemente algo chamou atenção em Nova Iorque. Uma mãe insatisfeita e cansada de ser ignorada pelos filhos criou um aplicativo para celular, o qual bloqueia o uso dos smartphones até que eles retornem sua ligação. A norte-americana Sharon Standifird, criou então o Ignore no More (“Não ignore mais”), disponível para Android na Google Play. Ele é pago (cerca de R$4,50) e infelizmente ainda não pode ser baixado no Brasil.
A estadunidense afirmou que não tinha experiencia prévia em programação – teve de pesquisar sozinha e com a ajuda da internet conseguiu realizar o aplicativo. Isto é, hoje em dia a internet possibilita através de vídeo-aulas, tutorais, meios de auto-aprendizagem, a criação do seu próprio aplicativo.

Em Campinas, também encontramos exemplos como esse. Prova disso são os universitários Daniel Washington Ignácio, 28, que cursa matemática aplicada na Unicamp, e Ryan Bussi, 22, formado em Publicidade e Propaganda pela PUC-Campinas, que juntos criaram e programaram um game para smartphone, chamado Where is Max, disponível para Android aqui.
O diretor de arte Ryan realizou a parte de criação e arte do aplicativo. Ele conta que durante seu curso não teve contato com essa área de smartphones e sentiu esse déficit quando começaram a criação do app. “Não tive nenhum contato com web ou app, então tive que pesquisar bastante pra entender o processo. O bom é que eu sempre gostei desta área então já tinha algumas referencias boas na minha cabeça, a dificuldade foi mesmo na hora de por a mão na massa, pois até aquele momento não tinha feito nada parecido”, diz Ryan. Ele afirma que teve de pesquisar na internet a arte pertinente a esta plataforma e continua dizendo que tudo começou com a ideia de apenas criar um jogo simples, mas que depois que os amigos se aprofundaram no assunto, a vontade de melhorar e aprimorar foi maior. “Foi bem legal ver o jogo sendo desenvolvido, ficamos super satisfeitos com o resultado”, conta o publicitário.
O co-criador Daniel, que fez a parte de programação, conta que não tinha muito tempo para fazer as coisas que ele realmente queria fazer, dividido entre faculdade e estágio. “Os aplicativos começaram a crescer e eu vi nos aplicativos que poderia ter essa independência de fazer as coisas do meu jeito , ter minhas ideias, seguir com meu pensamento”, diz o estudante de Matemática. Daniel foi se interessando cada vez mais por esse mundo dos apps e sua vontade de expor suas ideias se tornou cada vez maior.
Ele relata como foi o processo de aprendizado até chegar o produto final: primeiro ele pesquisou e encontrou uma espécie de curso gratuito, no Itunes, da Universidade de Stanford dos Estados Unidos. Um problema recorrente para Daniel foi a barreira da língua, já quase nada sobre criação de apps existe em português. O criador diz que agora tem noções melhores de programação, mas que antes era bem complicado. Vale lembrar que um game como aplicativo requer mais detalhes e algumas dificuldades que outro aplicativos comuns não exigiriam. “Encontrei muita coisa no Youtube e em fóruns, e foi pesquisando e fuçando que aprendi a linguagem de programação”, conta Daniel.

Where is Max foi lançado dia 25 de agosto 2014 e demorou cerca de 1 mês para ser finalizado. Hoje em dia é possível encontrar tutoriais das principais lojas de aplicativos, que ajudam o usuário a criar seu próprio app, ou seja, tudo ficou muito mais fácil e didático. Quando questionado sobre qualquer pessoa poder criar um aplicativo, Daniel é otimista: “Sim, acredito que esta mais fácil e acessível , eu sou um exemplo de que se você quer aprender algo a internet tá aí, eu aprendi tudo usando a internet basicamente”. O criador dá algumas dicas para quem quer iniciar seu proprio app: “Ter um inglês bom ajuda, uma noção de programação básica pode adiantar muito nesse trabalho e os videos no Youtube também são uma ótima opção para recorrer em tutoriais”. Dito isso, ele ainda confirma que vai continuar fazendo seus apps com o publicitário Ryan Bussi, e que já esta montando uma estratégia para este “hobby” render financeiramente.
Editado por Paula Fonseca