Por Bruna de Oliveira
A favor ou contra? A legalização da maconha para uso terapêutico ou para qualquer fim divide opiniões no Brasil. Uma pesquisa de opinião do DataSenado, realizada no período de 6 de junho a 7 de julho deste ano, mostrou que 42% dos brasileiros entrevistados são contra a liberação da cannibis sativa, nome científico da maconha e 57% são a favor. Dos que são a favor, 48% concordam mas só para fins medicinais e 9% apoiam a legalização para todos os fins.
A pesquisa foi realizada em todos os estados brasileiros, com 1.106 pessoas maiores de 16 anos e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Quando o assunto é religião/crença, é possível perceber opiniões opostas. Entre aqueles que se declararam católicos, 58% são a favor da legalização da maconha para uso da medicina, já entre os entrevistados que afirmaram não ter religião, os números sobem para 72%.
Na avaliação por região no país, há também diferença nos resultados, no Sul 64% dos entrevistados apoiam a legalização para uso medicinal, já no centro-oeste 45% compartilham da mesma opinião.
O estudante Thiago Carvalho é a favor da maconha para uso da medicina, mas é contra a legalização total, de uso livre. “Não encontro nenhum argumento contra usar a substância a favor da medicina, já que pode ajudar em muitos tratamentos”, diz o estudante.
O médico e psiquiatra formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FMC) José Carlos Souza não é favorável a legalização da substância, nem mesmo para uso medicinal, e afirma que existem várias alternativas terapêuticas que possam “substituir” a droga, pois seus efeitos colaterais podem ser irreversíveis . “Não consigo ver que os efeitos analgésicos que dizem dos componentes da maconha, sejam ser mais eficazes que outros medicamentos”, garante o médico. O Doutor ainda espera que não ocorra a liberação da droga no Brasil, para não haver arrependimentos como em Portugal, Holanda e Uruguai.
Na pesquisa do DataSenado, entre os entrevistados 82% afirmam que a maconha é porta de entrada para outras drogas. Entre os mais jovens de 16 a 19 anos, a porcentagem cai para 72%.
Caio Jhonathan, estudante de engenharia agronômica, concorda que a maconha é porta de entrada para outras drogas e revela sua posição sobre a legalização.“Assumo minha posição contrária a legalização da maconha para qualquer fim que seja, pois diversas experiências tem comprovado que se colocar numa balança os benefícios e malefícios da droga, a balança tende estar mais pesada para os malefícios. E por mais inovadora que seja, nenhuma medida tem resolvido problemas sociais ligados à droga”, afirma o estudante.
Clique aqui para ver a pesquisa na íntegra
Editado por Caio Coletti
Pessoas que são contrárias a regulamentação das drogas, só podem ter fundamentos morais ou religiosos, pois racionais nenhum!
O estudante afirma que a maconha é a porta de entrada pra outras drogas, isso é uma verdadeira falácia, não existe nenhum estudo cientifico que comprove isso, e mesmo assim, se fosse uma porta pra outras drogas, não seria a maconha em si, mas sim o fato de ela ser proibida, estando em poder de traficantes e criminosos, onde o consumidor acaba tendo o contato com outras drogas.
Victor Bessa, agradeço pelo seu comentário!