Por Rodrigo Andrade Rabelo
Os 50 anos do Golpe Militar foi tema da Jornada de Jornalismo de 2014 da PUCC (Foto: Rodrigo Rabelo)
A relação do jornalismo com a ditadura militar e os seus efeitos nas produções culturais e informativas das décadas seguintes. Esse foi o mote que norteou a 8a. Edição da Jornada de Jornalismo realizada pela PUC Campinas (PUCC) nessa quarta-feira (23/04). Dividida em duas partes, a Jornada consiste em oferecer aos estudantes de jornalismo da instituição uma nova perspectiva sobre temas contemporâneos ou históricos que refletem em sua prática profissional e na visão do mundo que o cerca.
Com boa receptividade do público, que encheu o auditório D. Gilberto, no campus 1 da universidade, a primeira parte da Jornada, realizada no período matutino, contou com a apresentação do “Espelho Urbano – Ditadura Militar”, produzido por alunos do quarto ano de jornalismo e apresentado pelos estudantes Letícia Boaretto e Guilherme Boneto, o qual contou com a participação da advogada Maria Carolina Bissoto, especialista em Direitos Humanos. O programa pode ser conferido na íntegra AQUI no Digitais.
Juntamente com o Espelho Urbano, foi exibido também o curta-metragem “Cadeira do Dragão”, documentário produzido em 2009 como Projeto Experimental pelas ex-alunas da PUCC Lívia Moreti Mota, Janaína Souza Nascimento, Marisa de Oliveira e Priscila Beatriz Bellini. Fazendo menção a um instrumento de tortura utilizado na ditadura, o documentário conta o drama de alguns ex-presos políticos e as experiências por eles vivenciadas nesse período.
Além dos vídeos, a primeira parte da Jornada contou com a presença do sociólogo Arnaldo Lemos, professor da Faculdade de Ciências Sociais da PUCC e que procurou contextualizar o golpe de 1964 e seus impactos nas produções culturais dos anos 60 e 70 no país. Para a estudante de jornalismo Beatriz de Souza Pusso, “a palestra foi muito enriquecedora, pois além de aprofundar os fatos que culminaram no golpe de 64, ele compartilhou suas experiencias e a de seus colegas, algo muito importante, pois muitas pessoas não têm uma visão clara sobre os acontecimentos da época e por isso sempre é bom trazer depoimentos que reforcem que o militarismo nunca é brando e que as consequências são devastadoras e vistas até hoje.”
O ponto de vista de Beatriz é reforçado pelo professor Rogério Bazi, diretor do Centro de Linguagem e Comunicação da PUCC, que afirma que “a discussão do tema acrescenta luz à nossa memória para que nunca mais soframos os tempos sombrios da ditadura, e a visão histórica apresentada oferece embasamento conceitual aos alunos”.
Serviço – Ainda hoje a Jornada de Jornalismo terá um convidado especial a partir das 19h20: Audálio Dantas, autor do livro “As duas Guerras de Vlado Herzog” e diretor do Sindicato dos Jornalistas no período da Ditadura. Na ocasião, ele abordará como foi a atuação do jornalismo ao bater de frente com os governos ditatoriais, e também falará sobre como foi o processo de produção do livro, que conta a trajetória de Vlado Herzog, morto pela ditadura em 1975. A palestra ocorrerá no Auditório D. Gilberto, no Campus 1 da PUCC, localizado no Parque das Universidades e está aberta a todos interessados em entender um pouco mais sobre esse período nefasto da história brasileira. E amanhã você verá aqui no Digitais a cobertura dessa palestra.
Editado por Claudia Müller
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