
Por Natália Alberti
Após o período de alta nos preços do tomate, outros alimentos sofreram aumentos, entre eles a batata e a cebola. De acordo com dados do IBGE , a elevação média dos preços dos alimentos no mês de março ficou em 0,47%, mas da cebola chegou a 21,43%, recuando em abril para 15%. A batata, por sua vez, teve um aumento de 25% no seu valor, o que fez com que um saco do legume passasse de R$ 90,00 para um custo entre R$ 120,00 e R$ 150,00.
Para o engenheiro agrônomo Márcio Aparecido Soares, as razões para a inflação no preço desses alimentos são as mesmas que afetaram o valor do tomate. As maiores culpadas são a seca e a chuva, predominantes entre o período de dezembro a março desse ano.
“Na época da plantação desses alimentos, no final do ano passado, a chuva foi muito escassa, e a seca acabou prejudicando sua produção. Já no mês de março desse ano, período da colheita, choveu muito, o que fez com que muitos dos alimentos estragassem. Esses fatores fizeram com que a oferta dos produtos alimentícios diminuísse e a demanda aumentasse, inflacionando seus valores no mercado”, explica.
O agrônomo considera que daqui a algumas semanas, os preços da batata e da cebola irão sofrer uma baixa, assim como aconteceu com o tomate. “Muitas pessoas vão parar de comprar esses alimentos, fazendo com que sobrem no mercado. Outra coisa que pode acontecer é a elevação no número de produtores plantando esses legumes, já que estão valendo bastante. Isso fará com que os preços diminuam”, revelou.
Para as donas de casa, como Giani Aparecida dos Santos, o alto valor desses alimentos resulta, muitas vezes, na mudança do cardápio. “Eu cortei a batata da lista de compras, e também preciso me adaptar ao uso de novos temperos, pois a cebola está muito cara”, lamentou.
A alta no preço da cebola está estimulando o seu contrabando, já que, de janeiro até agora, autoridades já apreenderam 95 toneladas do legume.
Editado por Lúcia Maroni e Priscila Carvalho