Por Jéssica Bueno
De acordo com um artigo publicado no mês de novembro, pela versão online da revista Plos Medicine, um simulador, testado em 30 países pelo epidemiologista do Departamento de Oncologia, da Universidade Georgetown (EUA), David Levy, apontou que as ações de controle do tabagismo no Brasil já salvaram 420 mil vidas.
Dentre as ações mais efetivas, está o aumento do preço do cigarro, responsável por cerca da metade da diminuição do número de fumantes no país. Se as atitudes já implementadas permanecerem, a estimativa é de que, em 2050, apenas 10% dos brasileiros acima de 18 anos sejam fumantes. Porém, se as ações forem intensificadas, com o aumento dos impostos sobre os cigarros, por exemplo, esse número poderá cair para, aproximadamente, 6%.
O artigo, “Os efeitos das políticas de controle do tabaco no Brasil”, que também contém análises feitas por Liz Almeida e André Szklo, da Divisão de Epidemiologia do INCA, revela que, se o Brasil não tivesse implementado nenhuma ação de controle do tabaco, o percentual de fumantes maiores de idade seria de 31% em 2010, sendo que o valor real estimado pelo simulador foi de 16,8%.
O modelo de simulação levou em conta as políticas de preço dos produtos do tabaco, ambientes livres de fumaça, campanhas na mídia, restrição da publicidade dos produtos, prevalência de fumantes, uso de advertências nos produtos de tabaco, oferta de tratamento para o usuário e restrição de acesso de crianças e adolescentes aos produtos.