Por Gisleine Monique
Em agosto desse ano, a 6ª Semana de Fotojornalismo da Escola de Comunicações e Arte (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), trouxe à tona o questionamento sobre o fim do fotojornalismo. A semana que teve como tema central o “Caos”, reuniu fotógrafos como Sebastião Salgado, Paulo Whitaker, Chico Ferreira e Henrique Manreza, para refletir sobre o tema.
Para Chico que já trabalhou no jornal Folha de S.Paulo, o fotojornalismo está prestes a chegar a seu fim, pois o que existe é uma desvalorização do profissional. Além disso, o fotógrafo contou sobre bons profissionais que migraram para o vídeo e criticou o preço pago pelo mercado.
“Eu prefiro disponibilizar uma foto gratuita na internet do que aceitar o preço que o mercado oferece”, disse.
De acordo com ele, as tendências são unir imagem em movimento, som, tecnologia e rapidez. Paulo Whitaker, é outro que acredita que o caminho seja o audiovisual e exibiu um vídeo criado para a agência Reuters sobre a Cracolândia em São Paulo.
Enquanto uns preferem discutir sobre o fim do fotojornalismo, outros acreditam ser algo muito distante , e demonstra o gosto pela fotografia analógica com filmes preto e branco.

Trata – se do fotógrafo Rogério Ferrari, conhecido por fotografar alguns povos e movimentos sociais com filmes fotográficos. Ferrari dispensa o uso da câmera digital e trabalha de forma independente.
Para Camila Guerra, estudante de jornalismo da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), estamos longe do fim. “Acredito que as coisas tendem a se unir, mas dizer que é o fim eu discordo. O mercado promete altas tecnologias, agora existe um papel fotográfico que é capaz de mudar a luz, mas não acredito que por isso não vá existir mais fotojornalismo. Acredito que deve haver uma maior qualificação e concorrência no mercado, é como dizer que não haverá mais jornalismo. Pode ser que um dia o jornal acabe, mas o jornalismo jamais deixará de existir, o mesmo vale para o fotojornalismo”, disse ela.
Veja abaixo o vídeo feito pelo fotógrafo Paulo Whitaker