Por Marcela Munhoz
Um estudo realizado pelo Instituto Butantan (unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo), em pesquisa já realizada em camundongos com câncer de pele, comprova que a crotamina da cascavel, uma toxina isolada do veneno, aumenta em até 70% a sobrevida do animal, além de retardar o desenvolvimento do tumor ou inibir a sua formação por completo.
Essa toxina é facilmente solúvel em diferentes solventes, não induz grave reação alérgica que possa causar choque anafilático, não atinge as células normais do organismo, e aparentemente ainda não interfere no processo de divisão celular das células normais. Essas características que diferem a crotamina de outras drogas anticancerígenas, se comparadas, são consideradas vantajosas.
Outro fato que pode ser considerado vantajoso na crotamina é que essa toxina reconhece a diferença entre as células cancerosas e as normais. Por esse motivo, os pesquisadores do Butantan estão usando a crotamina como uma ferramenta biotecnológica para detectar diferenças entre células, o que pode ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos para o combate ao câncer.
A geneticista do Butantan e coodernadora do projeto, Irina Kerkis, ressalta que os pesquisadores estão trabalhando para obter a toxina na forma sintética. Só então é que a crotamina será testada em seres humanos. Caso os testes clínicos tenham resultados positivos, medicamentos para o tratamento de câncer de pele e outros tipos da doença poderão ser lançados no mercado em até cinco anos.

Editado por Jéssica Kruck