Outubro é o mês rosa, adjetivo este ligado a uma causa muito importante, que é a do combate mundial contra o câncer de mama. O movimento que teve início nos anos 90 e remete ao símbolo do laço cor-de-rosa tem por objetivo alertar a sociedade e levar a conscientização do diagnóstico precoce, quanto ao segundo tipo de câncer mais recorrente no mundo, perdendo apenas para o de pele.
Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), até o final de 2012 o câncer de mama será responsável por 52.680 novos casos no Brasil, tendo um aumento na incidência em 7% comparado a 2011. Esses dados são de extrema preocupação da saúde pública, pois se torna um grande desafio alertar a população quanto a prevenção secundária (exame do toque, mamografia, ultrassom e ressonância magnética), já que, em território nacional, os dados tem se convergido para um aumento linear.
A prevalência global estimada é de 4 milhões de novos casos, sendo nos Estados Unidos, população que mais sofre desse malefício, 227 mil novos casos, dos quais 39.510 chegarão ao óbito em 2012. O grande mal do câncer de mama, ao contrário do câncer de colo de útero, é que o quadro da evolução do tumor é muito rápido. O câncer do colo de útero, dos primeiros sinais que ele apresenta até chegar a um estado clínico muito grave leva em média 10 anos, já o de mama evolui em questão de meses, sendo a metástase o mais grave de ser radicado.
Segundo o Professor Doutor César Cabello, presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Mastologia, no Brasil o estadiamento clínico é de que 31% dos tumores são graves e 41% dos casos já chegam com a axila comprometida, sendo o estado de São Paulo o que apresenta o maior número absoluto de incidências do câncer de mama. Outro dado de extrema importância que o Doutor César apontou, é que nos países em desenvolvimento há uma alta prevalência do câncer mamário em mulheres jovens (abaixo dos 50 anos), essa fatia é responsável por 40% dos casos, o que só reforça a importância do exame do toque, já que o rastreamento por mamografia é aconselhável de 2 em 2 anos para mulheres acima dos 40.
Para o Doutor César Cabello, essa alta incidência em mulheres jovens é condicionada por alterações genéticas, tanto hereditárias quanto por fatores do ambiente/hábitos, como a questão da mulher estar deixando para ter filhos mais tarde ou não ter, ou não amamentar e também a utilização de pílula anticoncepcional por muito tempo. Todos esses incidentes podem estar ligados fortemente com o crescimento percentual do câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos.
A mamografia diminui o risco de mortalidade em 24% dos casos, mas sua especificidade média é de 30%, sendo o ultrassom e a ressonância magnética mais precisos, porém com um custo muito mais elevado. Segundo o Doutor Hélio Sebastião Amancio Camargo, da CDE Campinas, está previsto 4 milhões para o investimento no setor do câncer de mama e colo de útero no Brasil, pois “há uma necessidade de uma maior qualidade nos aparelhos de mamografia, sendo a cultura de controle de qualidade no Brasil muito baixa”.
Questão Regional
Campinas possui um dos hospitais de maior referência nacional quanto a questão do combate ao câncer que é o Hospital da Mulher Prof Dr José Aristodemo Pinotti (CAISM), localizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e que apresenta um programa de tratamento modelo, o que traz mulheres de várias cidades da região metropolitana, do Estado de São Paulo e Minas Gerais para fazerem o acompanhamento.
Segundo o Doutor Cássio Cardoso Filho, são atendidos em média no CAISM 300 novos casos ao ano, sendo de 3-4 casos de câncer de mama masculino. O CAISM fornece para seus pacientes todo o suporte psicológico e físico, como acompanhamento de um psicólogo, da assistência social e também de reestabelecimento corporal com a fisioterapia.
O Movimento
O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. Simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referentes ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro e posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.
Editado por Laura Mestres