Por Jéssica Bueno
Um estudo sobre o método democrático de ensino infantil na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF), em São

Paulo, realizado por um grupo de formandos em Cinema, vai virar curta-metragem documental. A proposta de mostrar os benefícios de uma educação preocupada com a definição do indivíduo através da responsabilidade pelo coletivo. O filme deverá ficar pronto até fevereiro de 2013.
A iniciativa partiu da inquietação da equipe mediante as condições do ensino público no Brasil. De acordo com a equipe do projeto, a EMEF serve de palco para este trabalho por ser uma das poucas escolas da rede pública a usar um sistema não-convencional, inspirado no modelo da Escola da Ponte, do educador português José Pacheco. “Nosso projeto é mais uma iniciativa para propor a discussão de se pensar em novas propostas de educação, em que o indivíduo faça parte do todo e o todo do indivíduo”, contou a produtora executiva do projeto, Manoela Lima.
O método democrático difere-se daquele sem trocas, em que somente o professor ensina e o aluno, como simples expectador, aprende. Consiste no compromisso do trabalho em grupo e na participação ativa da comunidade e dos pais para a educação dos alunos. Trabalha a interação de modo que os alunos e professores descubram juntos qual é a melhor forma de trabalharem. As ideias e opiniões dos pequenos são levadas em alta conta. O objetivo do método é solidificar desde cedo a autonomia intelectual e moral dos aprendizes.
Para mostrar o desenvolvimento e o aprendizado das crianças da EMEF de forma espontânea, eles acompanham, desde o começo do ano letivo, as atividades de alfabetização realizadas pela equipe pedagógica com um grupo de crianças de cinco a nove anos, com personalidades distintas. Seguindo o dia a dia na escola, a equipe busca captar o resultado desse método de ensino na vida dos alunos. “Frequentamos a escola e criamos um vínculo com as crianças para que quando as filmagens começassem não fosse estranha a relação com a câmera”, explicou Lima. “Acredito que estamos dentro desse processo de transformação junto com os alunos.”
O nome do projeto, “Amarelos”, foi escolhido porque o amarelo é uma cor primária e remete ao fato de que, apesar das crianças estarem adentrando uma nova etapa de suas vidas, cheia de transformações, a essência delas continuará a mesma. Além disso, a separação da palavra em duas partes, “amar elos”, remete aos elos que elas farão ao londo dessa jornada, atendendo ao que o método democrático compreende como primordial para a troca entre comunidade, escola e alunos. “O amarelo é a cor do sol, da luz, da mesma forma que as crianças são seres iluminados”, completou Manoela Lima.
Serviço
A equipe do projeto busca colaboração financeira para conseguir finalizar o trabalho. Para ajudar, acesse: catarse.me/pt/amarelos
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Editado por Larissa Dias