Apenas 62% dos brasileiros com ensino superior têm nível pleno de alfabetização

Por Antenor Figueira

Os resultados mais recentes do Indicador de Alfabetismo Funcional –  INAF   Brasil 2011 –  mostram que existem pessoas com escolaridade em  nível superior  mas não ultrapassam o nível básico de alfabetização (34%) e ainda, uma parcela entre os formados que estão no nível rudimentar de alfabetização (4%).

Criado em 2001,  o INAF tem como parceiros o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa e mensura periodicamente os níveis de alfabetismo da população adulta brasileira.

Para esta edição, o período de campo ocorreu entre dezembro de 2011 e abril de 2012. Os trabalhos foram realizados por meio de entrevista e teste cognitivo aplicado a partir de amostra nacional de 2000 pessoas, todas representativa de brasileiros e brasileiras, entre 15 e 64 anos de idade, residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.

O INAF define quatro níveis de alfabetismo:

Analfabetismo: corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases, ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços, etc.).

Nível rudimentar: corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como, por exemplo, um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica.

Nível básico: as pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas envolvem maior número de elementos, etapas ou relações.

Nível pleno: classificadas neste nível estão as pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar textos em situações usuais: leem textos mais longos, analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla entrada, mapas e gráficos.

Nível de alfabetismo da população de 15 a 64 anos por escolaridade da população em 2011
Níveis Escolaridade
Nenhuma Ensino Fundamental I Ensino Fundamental II Ensino Médio Ensino Superior
BASES 158 378 476 701 289
Analfabeto 54% 8% 1% 0% 0%
Rudimentar 41% 45% 25% 8% 4%
Básico 6% 43% 59% 57% 34%
Pleno 0% 5% 15% 35% 62%

Fonte: INAF  – Brasil 2011 – Tabela II

Editado por Larissa Dias

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