Por Antenor Figueira
Os resultados mais recentes do Indicador de Alfabetismo Funcional – INAF Brasil 2011 – mostram que existem pessoas com escolaridade em nível superior mas não ultrapassam o nível básico de alfabetização (34%) e ainda, uma parcela entre os formados que estão no nível rudimentar de alfabetização (4%).
Criado em 2001, o INAF tem como parceiros o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa e mensura periodicamente os níveis de alfabetismo da população adulta brasileira.
Para esta edição, o período de campo ocorreu entre dezembro de 2011 e abril de 2012. Os trabalhos foram realizados por meio de entrevista e teste cognitivo aplicado a partir de amostra nacional de 2000 pessoas, todas representativa de brasileiros e brasileiras, entre 15 e 64 anos de idade, residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.
O INAF define quatro níveis de alfabetismo:
Analfabetismo: corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases, ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços, etc.).
Nível rudimentar: corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como, por exemplo, um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica.
Nível básico: as pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, leem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações e têm noção de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas envolvem maior número de elementos, etapas ou relações.
Nível pleno: classificadas neste nível estão as pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar textos em situações usuais: leem textos mais longos, analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla entrada, mapas e gráficos.
Nível de alfabetismo da população de 15 a 64 anos por escolaridade da população em 2011 | |||||
Níveis | Escolaridade | ||||
Nenhuma | Ensino Fundamental I | Ensino Fundamental II | Ensino Médio | Ensino Superior | |
BASES | 158 | 378 | 476 | 701 | 289 |
Analfabeto | 54% | 8% | 1% | 0% | 0% |
Rudimentar | 41% | 45% | 25% | 8% | 4% |
Básico | 6% | 43% | 59% | 57% | 34% |
Pleno | 0% | 5% | 15% | 35% | 62% |
Fonte: INAF – Brasil 2011 – Tabela II
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Editado por Larissa Dias
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