Por Michelle Lopes
São necessários mais 1,7 milhão de professores para a educação básica universal, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) no Dia Mundial dos Professores, 5 de outubro. A data é comemorada hoje (15) no Brasil, onde esse déficit também gera grandes desafios. “A falta de professores prejudica não só o progresso feito no total de crianças no ensino primário, mas também nossos esforços para melhorar o ambiente escolar e de aprendizagem”, afirmou o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon.
Segundo dados divulgados pelas diversas agências da organização, como Unicef e Unesco, a demanda é necessária para atingir a educação primária universal até 2015. Este é um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecidos pelos países signatários da ONU há 12 anos.
A declaração reforçou ainda a importância de treinamento adequado de professores e da valorização dos direitos desta categoria, como salários justos e autonomia profissional. “Pois eles transmitem conhecimentos, valores e habilidades. Incentivam as esperanças e os talentos dos jovens e os ajudam a crescer e a tornar-se cidadãos produtivos”, explicou o secretário.
Eleito o melhor professor em 2012 do estado da Flórida, os Estados Unidos, o brasileiro Alexandre Lopes em entrevista a Rádio ONU falou sobre este alerta para educação mundial: “Esse apelo da ONU em dizer que nós precisamos de tantos mais professores para seguir em frente com a educação em diversas áreas do globo com dificuldade econômicas, vivendo com dificuldades até mesmo sociais e culturais é um apelo necessário. Eu acredito que a educação é a solução de qualquer problema”.
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Editado por Bruna Trindade
Acho isso muito interessante e,m como professor, levanto outra questão: a famigerada globalização nada mais é que a padronização e pasteurização da cultura global. Logo, dar aulas é algo pasteurizado e medíocre.
Quando dar aulas vai ser encarado como a fabricação de pessoas de variedade e personalidade? Não queremos só poetas e filósofos, mas em meio à sociedade do espetáculo, só nos resta o crescimento individual, subjetivo, que passa, necessariamente, pela escola.
A escola é a nova tribo-pajé.
Professores são a base da sociedade realmente. Muito bom, Michelle.
Obrigada, Beatriz!
Exatamente, e a situação dos professores está refletindo muito bem na situação da nossa sociedade…
Acredito que os universitário precisam de um incentivo maior para ingressar na carreira de professor. Espero que os objetivos para 2015 sejam realizados.
Matéria excelente.
É muito importante o aumento do número de professores, mas isso deve ser seguido por capacitação e treinamento adequado, além de salário digno.
Infelizmente hoje a realidade é que a maioria dos alunos que cursam licenciatura não seguem a carreira de professor, o que acaba criando uma grande defasagem no ensino em geral.
A ONU está fazendo seu papel e dando o alerta, mas resta aos governos toma providências efetivas para resolver o problema.
Vamos torcer para que todos os países trabalhem, de fato, para a concretização de todos os projetos para 2015 da ONU.
E as pessoas ainda não valorizam essa profissão… Uma pena!
De fato, o mundo precisa de mais professores, mas devemos ter em mente que uma das principais responsáveis pela deterioração do ensino em toda a parte é a própria ONU, que desde os anos 70 vem produzindo propaganda ideológica de quinta categoria e enfiando goela abaixo de seus países membros sob a forma de diretrizes curriculares. Aliás, o Brasil é um dos países mais subservientes às diretrizes curriculares propostas pela ONU. O resultado é que um bom aluno de ensino médio sabe enunciar a teoria da luta de classes mas muitas vezes não sabe a primeira lei da termodinâmica.