Por Evandro Rosa
Um estudo realizado e divulgado essa semana pela Freedom House, organização independente de Washington dedicada à expansão da internet, mostra o retrocesso que a internet vem sofrendo em relação à liberdade de expressão como bloqueio de sites e até agressões físicas à blogueiros.
No relatório “Liberdade na Internet”, foram analisados 47 países. Como critério de avaliação foram usados dados como obstáculos de acesso, limitação de conteúdo e violação de direitos do usuário na web. Os países estudados foram classificados em “livres”, “não livres” e “parcialmente livres”, recebendo notas de zero (mais livre) a cem (menos livre).
A Estônia foi o país mais bem colocado, com 10 pontos, dois a menos que os Estados Unidos, que ficaram em segundo lugar no ranking. Segundo a pesquisa, o país europeu possui um sistema de identificação digital que permite seus cidadãos a votarem online e anuncia planos de adicionarem aulas de programação de rede nas grades do primeiro grau das escolas públicas.
O Brasil obteve o 11ª lugar e com 27 pontos aparece com o status de país “livre” no uso da web. Perdeu dois pontos de 2011 a 2012, o que mostra uma melhora em relação à liberdade na internet. O aumento da população com acesso à rede foi um fato positivo, mas alerta para o problema trazido por decisões judiciais como a que levou à detenção do diretor do Google em São Paulo nesta semana.
Outros 20 países, incluindo Coreia do Sul (nota 34), México (37) e Rússia (52), foram classificados como parcialmente livres. Nas últimas 13 posições estão países onde a internet é considerada “não livre”, nela estão a China (85 pontos), Cuba (86) e Irã (90), onde o acesso à rede é reprimido de forma mais violenta.
É destaque no relatório o contraste entre liberdade da internet e liberdade de imprensa. Segundo o estudo, em alguns países, a internet segue como um caminho livre em comparação às mídias tradicionais, como rádio e jornal impresso, que sofrem mais repressões.
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Editado por Natália Beraldi