Bares e restaurantes dos EUA e Europa dão exemplo de sustentabilidade à mesa do cliente
Por Antenor Figueira
Imagine você sentar-se à mesa de um restaurante e o garçom imediatamente te servir uma jarra com água com gelo? Isso já acontece nos Estados Unidos e em países europeus, mas, no Brasil, ainda não pegou. Iniciativas como o projeto “Água na Jarra”, lançado há cerca de dois anos pela ONG Ibtiba de São Paulo, ainda não deslanchou.
A ação consiste basicamente em convencer os estabelecimentos – restaurantes, bares e similares – a substituir garrafinhas plásticas de água por uma jarra contendo o líquido tratado e filtrado para saciar a sede do cliente.
Se as pessoas deixam de receber água engarrafada, consequentemente, reduz-se o lixo potencialmente reciclável a ser descartado. Isto soa bem e promove uma imagem positiva em prol de um planeta sustentável, como requer o figurino das instituições ecologicamente corretas.
Europeus e estadunidenses disponibilizam jarras de água ao cliente como parte do serviço por hábito e cortesia da casa, mas aqui no Brasil, só se tem notícias de estabelecimentos paulistas e gaúchos que disseram sim à campanha.
Em São Paulo, fora da Capital consta apenas um restaurante no interior, mais especificamente em Piracicaba. Para o administrador de empresas Aldo Pierobon, filtros de água deveriam ser instalados nos estabelecimentos e isto acarretaria investimento e inspeção periódica.
Ameaça aos caixas
Uma questão feita aos especialistas diz respeito à resistência por parte dos clientes em receber água em jarras no lugar de água engarrafada a pretexto de garantia de pureza e higiene. Parte da receita dos restaurantes pode estar ameaçada, já que a água em garrafa é frequentemente consumida co a mesma frequência que refrigerantes e sucos e, na maioria dos estabelecimentos, o preço deles é o mesmo.
Para o empresário e dono de restaurante Wilson Balbino, disponibilizar uma jarra de água de graça aos seus clientes poderia acarretar na redução do consumo de refrigerante.
No entanto, é flagrante que o que se vende é a embalagem. A indústria de embalagens PET estaria de cabelo em pé, revitalizando a divulgação de pontos de descartes para as garrafinhas. “Dois reais por uma garrafinha de 500 ml é muito caro”, reclama o comerciante Luiz Fernando.
Editado por Mirela Von Zuben

Eu iria achar ótimo se a moda pegasse aqui no Brasil, além de a água servida em jarra ser visualmente mais “agradável”, estaria contribuindo com o planeta. Sempre acho que essa coisa de querer culpar o consumidor pelos problemas ambientais enfrentados é uma covardia, enquanto na verdade empresas e empresários deveriam se preocupar em produzir e investir em produtos com materiais recicláveis, como já acontece na Índia, onde as sacolas plásticas viram acessórios de moda, é aquela tal frase “O lixo vira luxo”, enfim, a iniciativa de substituição das pets é válida, mas é preciso muito mais, missão que não deve atribuir somente ao consumidor