Jéssica Caldeira
Animais de estimação estão ocupando uma parcela cada vez mais significativa da renda per capta da população brasileira. É o que mostra pesquisas do IBOPE ( Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) e levantamento do mercado de Pets divulgado pela FENAPET 2012 – feira nacional dirigida aos setores de saúde animal, nutrição, estética, publicações, entre outros serviços. Segundo informações da FENAPET, o Brasil tem mais de 100 mil lojas especializadas na venda de produtos para o cuidado animal. Estes “petshops” tem um grande público: cerca de 11 milhões de gatos, 25 milhões de cães, 4 milhões de pássaros e outros 500 mil aquários que movimentam um mercado expressivo de 73 bilhões de reais ao ano.
O gasto do brasileiro em produtos alimentícios, de higiene e serviços voltados para os animais de estimação é tão expressivo que chega a superar os investimentos em educação e alimentação. Uma pesquisa do IBOPE, lançada em abril, revela que a estimativa é de que a educação movimente R$49,55 bilhões. Um total equivalente a aproximadamente 2/3 ou 68% do mercado de pets.
Na comparação com o mercado de alimentos e artigos de limpeza a situação se repete. Segundo o IBOPE na classe “C”, que representa 52,38% dos domicílios, o consumo médio de alimentos em 2012, por domicílio, deve ser de R$3.957,00 ou cerca de 330,00 reais por mês. Valor que se aproxima do gasto com os bichinhos de estimação presentes em 64% dos domicílios das classes A, B e C (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 2002). No levantamento do Censo 2010 este assunto não foi abordado.
Segundo levantamento feito para título de mestrado do estudante da ENCE (Escola Nacional de Ciências Estatísticas), Roberto Luís da Silva Carvalho, sob o título “Animais de estimação nas famílias contemporâneas: padrões de comportamento e consumo”, o gasto médio com os pets, em 2007, era de R$ 149,47, enquanto o salário mínimo estava em R$380,00. Um ano depois, em 2008, uma pesquisa do IBOPE revelava um gasto de R$210,00 mensais – o que correspondia a cerca da metade de um salário mínimo. Tudo isso configura o brasileiro como segundo maior consumidor no ranking do mercado pet mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Editado por Raphael Gnipper