Bruno Moreira
A 26ª edição da Festa do Peão de Americana, a segunda maior do país no segmento, começa nesta quarta-feira (6) com a expectativa de receber 400 mil pessoas durante as 11 noites de evento. A quantidade de público motivou uma ação conjunta das forças de segurança destacadas para acompanhar a festa e o efetivo deve chegar a 700 pessoas por dia.
Em reunião que traçou o esquema de segurança da festa, na última semana, o tenente-coronel da Polícia Militar, Sérgio Ricardo Veneziani Kano, comandante do 19º Batalhão, afirmou que “tudo tem previsão; não há algum acontecimento sem plano”. Entre as novidades deste edição, está a eliminação da arquibancada que ficava ao lado esquerdo do palco para melhorar a circulação de pessoas.
Além da PM, a polícia Rodoviária e Civil, Corpo de Bombeiros, Gama (Guarda Municipal de Americana) e equipes de segurança particular integrarão as ações, que pretendem coibir ações criminosas ao longo da festa. O recinto, localizado no km 120,5 da Rodovia Anhanguera, no sentido interior, foi liberado para receber o evento após vistoria final conduzida pelos Bombeiros, na segunda-feira.
Entre as principais recomendações apresentadas pela polícia estão a atenção com documentos pessoais e celulares, além de moderação no consumo de bebidas alcoólicas, conforme explicou o major Mauro Luchiari, coordenador operacional do batalhão da PM.
Morte no recinto
Antes do início da festa, porém, a polícia investiga uma morte registrada no desfile dos cavaleiros, que antecipa o evento oficial, no último domingo. O ajudante Thiago Jhonatan de Lima Ferreira, 22, foi encontrado caído no chão, na entrada do recinto, após uma briga generalizada, por volta das 23h30. A causa da morte ainda não foi esclarecida. A suspeita é de um ferimento identificado na cabeça da vítima. Ele foi enterrado nesta terça-feira.
Patrulheiros da Gama (Guarda Municipal de Americana) chamaram o serviço de atendimento médico do local, que levou o rapaz ao Pronto-Socorro do Hospital Municipal. Jhonatan morreu por volta das 7 horas de segunda-feira. Cinco pessoas ouvidas na delegacia seccional, após o registro da ocorrência, deram praticamente a mesma versão sobre o caso. Todos disseram que viram o jovem caído, mas não puderam se aproximar porque foram contidos pelos guardas municipais.
Em posicionamento divulgado à imprensa, o presidente do Clube dos Cavaleiros de Americana, José Roberto Lahr, que organiza a Festa do Peão, disse que a briga foi um fato isolado. “Houve uma briga de gangue e a polícia (Gama) chegou para apartar e esse rapaz saiu correndo, tropeçou e bateu a cabeça. Foi uma fatalidade, uma briga de facção mesmo”.
Confiança
A ocorrência parece não abalar a confiança de frequentadores com relação à segurança do evento, conforme verificado pelo Digitais. “Acho que é um fato que não pode manchar a festa. Em 26 anos nunca houve nada”, disse o estudante de Ciências Econômicas da USP Rodrigo Ramos, 20, que comprou ingresso do dia 8.
Para a estudante de Relações Públicas da PUC-Campinas Caroline Moreno, 21, a festa possui um histórico de brigas isoladas dentro do recinto, mas que não representam falta de segurança aos visitantes. “Vou à festa faz mais de cinco anos. Sempre tem uma briga ou outra, mas a segurança não tem olhos em todo lugar”. Ela garantiu ingressos para os dias 6 e 15.
Já a estudante de Logística Fernando Brito, 19, da mesma universidade, considera que há pessoas que vão ao evento mal intencionadas e que isso não pode representar responsabilidade da organização ou das equipes de segurança.
Editado por Gabriela Rossi