Greve de funcionários da Prefeitura muda rotina de comerciantes em Campinas

 José Guilherme Silveira

José Guilherme Silveira
Funcionários da Prefeitura não têm previsão de quando a greve terminará

A greve dos servidores municipais de Campinas chega hoje ao 17º dia, sem previsão de término. Apesar dos transtornos causados à população  e também aos funcionários que continuam trabalhando no prédio da Prefeitura, alguns comerciantes veem a greve com bons olhos.

O setor que mais teve aumento nas vendas desde o início desta paralisação é o de alimentação. Os restaurantes nos arredores da Prefeitura registraram aumentos  de mais 50% no movimento. “O recebimento com o cartão de alimentação da Prefeitura cresceu 50%”, afirma Flávio Montanha proprietário de um restaurante localizado no Largo das Andorinhas, há 200 metros da Prefeitura. Outro restaurante comemora o aumento: “Acreditamos ser uma boa oportunidade de captar novos clientes, visto que muitos funcionários que estão em greve trabalham longe do centro de Campinas e agora estão por aqui”, afirma a gerente Rita Guimarães que detectou aumento de mais de 50% nas vendas do restaurante com a movimentação em frente ao estabelecimento no qual trabalha.
Uma loja de sapatos femininos na região também percebeu aumento nas  vendas de 10% nos últimos dias e a  gerente Nadia Hansen afirma que diariamente pessoas com adesivos de “Greve” visitam a loja e nessa visita muitas vezes fazem compras. “A greve não atrapalhou. O movimento é até um pouco melhor que o normal”, afirma.

Nem tudo é comemoração

Enquanto restaurantes comemoram o aumento nas vendas e no faturamento, estacionamentos e comércios de roupas e acessórios reclamam da queda no movimento, durante as duas últimas semanas. O gerente de um estacionamento na rua Barreto Leme, Isaías Figueiredo afirma que muitas pessoas acham que a Prefeitura toda está em greve e acabam não estacionando. “Houve queda de aproximadamente 40% no movimento. Muitas vezes as pessoas param e perguntam se tudo está paralisado”, afirma.

Em uma grande loja de bijuterias na rua Benjamin Constant, a funcionária Neusa Monteiro afirma que desde a greve dos motoristas de  ônibus, há quase duas semanas, o movimento não voltou ao normal e a greve dos servidores vem atrapalhando ainda mais . “Antes fazíamos mais de 200 vendas por dia. Nas últimas semanas o número chega a 50, 60 por dia.”, declara.  

 Na última sexta-feira, 25, segundo dados do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, 27,6% dos funcionários da Administração estavam em greve. A Prefeitura entrou com ação judicial para resolver o impasse. A expectativa é que nos próximos dias seja marcada uma audiência de conciliação para por fim à paralização.

Editado por Monique Ribeiro

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