Marcelo de Barros
O total de moradores de rua que vivem na cidade de Campinas atualmente não é constituído apenas por homens. Embora eles ainda sejam a maioria predominante, as mulheres, cada vez mais, compõe este cenário de condições subumanas.
Em dois anos a presença das mulheres nas ruas da cidade aumentou, de acordo com a terapeuta ocupacional e coordenadora da Associação Casa de Apoio Santa Clara de Campinas, Meire Oliveira. “ Passam pelos nossos cuidados entre 70 e 80 pessoas por dia, e 7% são mulheres”, explica.
A Casa Santa Clara atua dentro da rede sócio assistencial do município há 15 anos, em conjunto com órgãos da prefeitura e o SOS Rua, que realizam um papel importante, tanto no que se refere a primeira abordagem destes moradores, como na questão dos abrigos, enquanto a casa de apoio coordenada por Meire Oliveira, atua mais efetivamente no sentido de proporcionar o acesso a estes ambientes de acolhida e na criação de condições para que os moradores frequentem o local. É feito um trabalho que abrange desde aspectos de higiene pessoal, alimentação, cidadania, saúde, até acompanhamento psicossocial.
Em entrevista ao Digitais, a terapeuta ocupacional e cordenadora da Associação Casa de Apoio Santa Clara, explica os possíveis fatores que contribuíram para o crescimento da população feminina nas ruas da cidade. Ela também enfatiza a dificuldade enfrentada por não haver um abrigo para atender somente mulheres. Os dois abrigos que existem na cidade têm capacidade para abrigar 15 homens cada um. Por exemplo: “ Uma mulher grávida, muitas vezes, vai ficar na rua até o seu bebe nascer”, lamenta.
Editado por Monique Ribeiro